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SÃO PAULO – A primeira segunda-feira de março voltou a ser negativa para a Bolsa, com o Ibovespa fechando com queda de 1,09%, a 51.020 pontos. Entre os destaques do dia estiveram os papéis da Petrobras, que fecharam com fortes perdas em meio à queda do petróleo, além das ações da Vale, que reagiram hoje a um cortes de recomendação pelo Itaú BBA e de preço-alvo pelo Credit Suisse.
Ainda chamaram atenção as ações das companhias com perfil exportador, que se beneficiaram com uma alta do dólar hoje, que fechou cotado a R$ 2,895. A Embraer, que divulga seus resultados nesta quarta-feira (4), esteve entre as beneficiadas com a arrancada da moeda norte-americana. Fora do Ibovespa, os ativos da Fertilizantes Heringer, que dispararam após a empresa ter informado que seus acionistas controladores venderam 9,5% do capital social da companhia à PCS Sales; os papéis da BR Insurance também surpreenderam o mercado, com disparada de 16% na sessão.
Nos destaques também estiveram as ações das educacionais, que buscaram recuperação hoje na Bovespa após terem despencado na última sexta-feira em meio ao “aperto” do governo. Os investidores também ficaram de olho nos papéis da Energias do Brasil (ENBR3, R$ 8,65, -4,00%) que fechou com fortes perdas antes do seu resultado para o quarto trimestre. Também divulga resultado hoje à noite a Time for Fun (SHOW3, R$ 2,17, +0,46%). A MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,07, +3,97%), que divulgará seus resultados nesta quinta-feira, fechou nesta segunda-feira como a maior alta do índice.
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Confira abaixo os principais destaques desta sessão:
Petrobras (PETR3, R$ 9,28, -2,11%; PETR4, R$ 9,40, -1,78%)
Após terem sessão volátil hoje, os papéis da Petrobras fecharam no vermelho em meio à desvalorização do petróleo Brent, cotado em Londres, nesta segunda. O Brent, preço usado como referência pela Petrobras, tem queda de 2,06%, a US$ 61,29. O WTI, negociado no Texas, sobe 0,66%, a US$ 50,09. As ações da estatal chegaram a cair 3,13% no caso dos ativos preferenciais e 3,48% para o caso dos ordinários.
BR Insurance (BRIN3, R$ 3,55, +14,52%)
As ações da BR Insurance dispararam após a companhia informar que seus acionistas rejeitaram hoje, em assembleia, a compra da Ben’s Corretora. A aquisição havia sido aprovada dia 16 de dezembro. Na quinta-feira passada, os papéis da companhia também subiram forte (+21,60%), mas, na ocasião, operadores do mercado não souberam apontar o motivo.
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Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 4,11, +17,09%)
As ações da companhia dispararam após a empresa ter informado que seus acionistas controladores venderam 9,5% do capital social da companhia à PCS Sales. Na operação, foram alienadas 5.116.441 ações, segundo comunicado divulgado ao mercado nesta segunda-feira (2). As vendas foram intermediadas pelo Itaú BBA e o Rabobank, como assessores financeiros, e o Machado Meyer Sendacz e Opice Advogados, que atuou como assessor legal.
Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 20,56, -3,25%; VALE5, R$ 27,93, -3,13%) fecharam com fortes perdas hoje, depois de um relatório do Itaú BBA rebaixar a recomendação dos papéis da mineradora para underweight (desempenho abaixo da média) em meio à expectativa de queda do preço do minério de ferro. A corretora reduziu a projeção do preço do minério de US$ 70 a tonelada para US$ 63 a tonelada em 2015. O Credit Suisse também divulgou relatório sobre a empresa, cortando o preçod o ADR (American Depositary Receipts) de US$ 7,50 para US$ 7, com recomendação de venda. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 12,72, -3,93%), holding que detém participação na Vale.
Além das ações da Vale, o Itaú BBA também rebaixou os papéis da Gerdau (GGBR4) para market perform (desempenho em linha média). No setor siderúrgico, a recomendação da Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) seguiram em underperform (desempenho abaixo da média). Para a revisão, eles citam momento fraco para o preço do minério, com expectativa de declínio no consumo global de aço; revisões para baixo nas projeções dos resultados; e valuation em níveis não atraentes. Hoje, os papéis da Gerdau (R$ 9,85, -3,15%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 10,72, -3,94%) fecharam com forte queda, enquanto Usiminas (R$ 4,15, +0,48%) e CSN (R$ 5,19, +0,78%) teve alta.
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Educacionais
Depois da derrocada das educacionais na última sexta-feira com o “aperto” do governo no Fies (programa de financiamento estudantil), as ações do setor buscaram leve recuperação nesta sessão. Na quinta-feira, o Ministério da Educação informou que está limitando o Fies de acordo com a nota dos cursos e que tal restrição está na legislação. Agora, uma matéria do Valor aponta que o setor está questionando essa restrição ao programa por nota e crédito.
Na própria sexta-feira, o presidente-executivo da Estácio, Rogério Melzi, disse que, por conta das incertezas sobre o cenário econômico e o Fies, a companhia estuda oferecer um programa de financiamento próprio aos alunos. Ele citou que a baixa taxa de penetração de alunos no ensino superior no Brasil entre os países da América Latina, mostra que a demanda ainda é alta.
As ações da Kroton (KROT3, R$ 10,32, -0,67%), Ser Educacional (SEER3, R$ 10,53, -2,50%) e Estácio (ESTC3, R$ 18,75, -2,85%), que chegaram a operar em alta hoje, perderam força em meio à queda generalizada no mercado e fecharam no vermelho. Já os papéis da Anima (ANIM3, R$ 16,70, +4,24%) seguiram com ganhos. Na sexta, os papéis da Anima foram os que mais caíram (-28%), lembrando que, além das notícias sobre o Fies, as ações refletiram a divulgação do resultado do quarto trimestre.
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Exportadoras
As ações de empresas com perfil exportador aproveitaram o pregão de hoje com a alta do dólar, que fechou a sessão de hoje com alta de 1,37%, a R$ 2,895. Na Bolsa, destaque para os papéis da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 25,56, +2,65%) e as ações do setor de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 12,44, +3,15%) e Fibria (FIBR3, R$ 37,35, +1,33%).
Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,14, -0,87%)
Segundo uma reportagem do Valor, acionistas da Souza Cruz avaliaram a oferta feita pela controladora British American Tobacco Internacional. A proposta é de R$ 26,75 por ação.
Elétricas
Algumas elétricas reagiram hoje à notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou a revisão extraordinária das tarifas das distribuidoras de eletricidade com aumento médio de 23,4% nas contas de luz do País. Para alta tensão, como empresas e indústrias, a média do reajuste no País será de 24,2%. Para a Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,20, +4,07%), por exemplo, o aumento médio será de 31,9%. Para a Cemig (CMIG4, R$ 12,55, -3,31%), o índice médio será de 28,8%, enquanto para a Light (LIGT3, R$ 13,95, -0,07%) será de 22,5%. Para a paranaense Copel (CPLE6, R$ 34,15, -1,01%), a revisão extraordinária prevê um aumento médio de 36,4%.
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BTG Pactual (BBTG11, R$ 26,85, -1,54%)
O esquema de corrupção que está sendo desvendado pela Operação Lava Jato chega a novos patamares. Um depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Polícia Federal mostra envolvimento do empresário André Esteves, dono do BTG, ao petrolão. Partes do depoimento, do dia 4 de novembro, foi obtido e publicado na última sexta-feira pela revista Época. (Para conferir a matéria completa, clique aqui).
Segundo a reportagem, Esteves estava envolvido em 2008 com o empresário Carlos Santiago, conhecido como Carlinhos, na Derivados do Brasil (DVBR), uma rede de 118 postos espalhados principalmente por São Paulo e Minas Gerais. Após acumular prejuízos, eles tentaram vender a empresa, sem sucesso. Até que, em 2011, procuraram a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, que teria aceito pagar recursos para colocar sua marca na rede DVBR e garantir exclusividade na venda de combustível. Em depoimento, Yousseff declarou o pagamento de propina de R$ 6 milhões na operação entre a DVBR e BR Distribuidora, sendo ele o responsável por entregar o dinheiro.
Em resposta à publicação, o BTG Pactual disse que “repudia veementemente” a matéria da Época, apontando que as informações fornecidas à publicação não apenas foram utilizadas em sua integridade como foram distorcidas e tiradas de contexto. Segundo a nota do banco à imprensa, André Esteves jamais teve contato com Alberto Yousseff e Pedro Paulo Leoni Ramos, com políticos mencionados na reportagem ou com executivos da BR Distribuidora.
Sabesp (SBSP3, R$ 16,52, -2,48%)
O nível dos reservatórios ainda segue crítico, mas o começo de março trouxe um alívio momentâneo. Os reservatórios da Grande São Paulo apresentaram melhora nesta segunda-feira. De acordo com dados da Sabesp, todos subiram se comparado com o índice registrado no domingo. No Cantareira, por exemplo, o reservatório opera com 11,7% da capacidade. Caso o sistema consiga atingir 15% de sua capacidade no período de chuvas existe uma probabilidade maior do racionamento da oferta de água não ocorrer na capital paulista esse ano.
Arteris (ARTR3, R$ 9,05, +7,10%)
Depois de desabarem 28% na última sexta-feira, perdendo R$ 3,30 do seu valor, as ações da Arteris fecharam com leve alta hoje. Em relatório, os analistas do banco de investimentos Brasil Plural comentam que a queda foi justificada e isso não é uma oportunidade de compra. Eles explicam que a desvalorização deve-se ao anúncio de um incremento de cerca de R$ 1,1 bilhão em seu capex, anunciado pela empresa na sexta juntamente com o resultado do quarto trimestre. Com a notícia, eles cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,50 para R$ 10,50. (Para ver a análise completa, clique aqui).
Direcional (DIRR3, R$ 5,75, +2,50%)
A Direcional firmou acordo estratégico de expansão geográfica, com o grupo árabe Red Sea Housing Services para desenvolver casas populares na Arábia Saudita. Vale lembrar: a Red Sea já havia cogitado entrar no capital da Direcional. “Em suma, a estratégia é positiva para a companhia que possui um know-how ímpar na execução de obras de casas populares. A diversificação geográfica e de receitas também é interessante, principalmente em um momento de desaceleração econômica local e de ajustes nos programas habitacionais do governo”, avaliou a Guide Investimentos.
Gafisa (GFSA3, R$ 2,05, -2,38%)
O lucro líquido da construtora e incorporadora Gafisa alcançou R$ 8 milhões no quarto trimestre de 2014, uma queda de 99% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados na noite de sexta-feira. No último trimestre de 2013, o lucro consolidado somou R$ 921,28 milhões. A companhia, contudo, reverteu o prejuízo registrado no terceiro trimestre de 2014 de R$ 9,956 milhões.
Marfrig (MRFG3, R$ 4,84, +0,41%)
A empresa de alimentos encerrou o quarto trimestre com prejuízo de R$ 284,7 milhões, uma piora em relação ao resultado negativo de igual período do ano anterior, de R$ 83,4 milhões, informou a companhia em comunicado nesta segunda-feira. Durante teleconferência, a companhia ressaltou que ficou satisfeita com o resultado do ano de forma geral – mesmo com o lucro tendo sido impactado negativamente pela alta do dólar em cerca de R$ 800 milhões que a geração de caixa é o objetivo prioritário. Em relatório, a Guide Investimentos comentou que tem visão positiva sobre o management da empresa, mas acredita que o atual momento não é o ideal para o segmento de carne bovina dos frigoríficos devido a alta dos preços do gado, que devem manter nesses patamares neste ano.
Braskem (BRKM5, R$ 12,55, -1,95%)
A Braskem e a Petrobras concordaram em um novo aditivo para o contrato de fornecimento de nafta, com validade até 31 de agosto. Segundo uma nota, emitida pela petroquímica, “a Braskem permanece empenhada para, em conjunto com a Petrobras e o governo, encontrar uma solução estrutural que permita a assinatura de um contrato de fornecimento de nafta de longo prazo, que assegure a competitividade da indústria química e petroquímica brasileira”.