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SÃO PAULO – O mercado deixa em segundo plano a tensão doméstica e sobe nesta sexta-feira (20), acompanhando o clima positivo das bolsas internacionais. Por aqui, chama atenção as ações da Estácio, que disparam 10% entre resultado bem avaliado pelos analistas e “Fies 2.0”. Nas altas, aparecem também as ações das blue chips Petrobras e Vale, além dos bancos. No campo negativo, as exportadoras são penalizadas por dia de queda do dólar frente ao real. Confira abaixo os principais destaques desta sessão, segundo cotação das 15h27 (horário de Brasília):
Petrobras (PETR3, R$ 8,93, +2,76%; PETR4, R$ 9,10, +2,25%)
As ações da Petrobras acompanham o bom humor do mercado e sobem forte hoje. Uma reportagem do Valor diz que a estatal prepara captação no mercado com fundo de recebíveis de R$ 8,6 bilhões. Há também no radar a notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que o balanço do terceiro trimestre da estatal deve sair no início de abril. Em resposta, a companhia disse que ainda não há data definida para divulgação dos resultados. No dia 26 de março, o conselho de administração da estatal deve se reunir, devendo ter como um dos assuntos o balanço.
Por sua vez, o Santander cortou o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras para US$ 7,20, ante US$ 8,20. O banco prevê que a produção da petrolífera em 2016 será menor que a de 2015, em razão do risco de atraso das novas plataformas.
Educacionais
Passada a forte derrocada da véspera, as ações das educacionais sobem hoje em meio à notícia de que as empresas estariam preparando um novo modelo de financiamento apelidado de “Fies 2.0”. Segundo reportagem do Valor, representantes da Abraes – entidade que reúne Anima, Estácio, Devry, Kroton, Laureate e Ser Educacional – estão criando um modelo de financiamento privado em meio aos ajustes do programa de financiamento do governo federal. Na Bolsa, as ações da Kroton (KROT3, R$ 10,44, +1,36%), Estácio (ESTC3, R$ 17,36, +9,87%), Ser Educacional (SEER3, R$ 11,30, +0,89%) e Anima (ANIM3, R$ 16,19, +2,27%) disparavam.
No radar ainda, a Estácio divulgou seu resultado após fechamento do pregão da véspera. A empresa reportou um lucro líquido de R$ 80,9 milhões no quarto trimestre de 2014, um aumento de 79,4% na comparação com igual período de 2013, quando apresentou lucro de R$ 45,1 milhões; no acumulado de 2014, a companhia reportou lucro de R$ 425,6 milhões. A estimativa média dos analistas consultados pela Bloomberg era de R$ 91,2 milhões no quarto trimestre. Após balanço, a companhia disse que espera novo ciclo de captação de alunos recorde no primeiro semestre de 2015 apesar das mudanças do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Caso confirmado, o novo recorde seria o décimo consecutivo na captação de alunos. O Bradesco BBI ressaltou o bom resultado, com sólido crescimento de receitas e margens, superando as estimativas. “Além disso, a empresa forneceu guidance surpreendentemente positivo para ciclo de recrutamento e base de alunos no 1° trimestre, ainda que em um ambiente de elevada incerteza e limitações que cercam Fies”, comentou.
Bancos
Os papéis dos grandes bancos acompanham o bom humor do mercado e sobem forte hoje. Nos destaques da Bolsa, Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,06, +1,21%), Bradesco (BBDC3, R$ 37,62, +2,48%; BBDC4, R$ 37,07, +2,18%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,78, +3,53%).
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Exportadoras
As ações das empresas com perfil exportador respiram depois de fortes arrancadas em dia de queda do dólar frente ao real. Elas figuram entre as poucas quedas do dia. No Ibovespa, apenas 7 das 68 ações caíam. Destaque para os papéis do setor de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 14,13, -1,88%) e Fibria (FIBR3, R$ 41,19, -1,95%), além de Klabin (KLBN11, R$ 17,31, -1,09%), apesar de ter menos exposição de suas receitas ao dólar.
Telefônica (VIVT4, R$ 50,09, -1,42%)
As ações da Telefônica seguem movimento de queda após ter desabado 4,76% na véspera. Segundo fontes disseram à Bloomberg, a companhia pretende levantar 1,26 bilhão de euros no Brasil. A oferta pode ser registrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na semana que vem.
Sabesp (SBSP3, R$ 18,82, +5,38%)
As ações da Sabesp sobem forte hoje e alcançam o maior patamar desde dezembro do ano passado. De fevereiro até agora, os papéis já sobem 40%. Hoje, saiu uma reportagem no jornal O Estado de S. Paulo apontando que a companhia iniciou uma nova ofensiva para tentar receber R$ 3 bilhões em precatórios (pagamentos da dívida pública determinados pela Justiça) de três cidades de São Paulo – Guarulhos, Mauá e Santo André. A empresa obriga que as cidades paguem integralmente a conta de água comprada no atacado. Todas são administradas pelo PT.
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Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,55, +1,49%)
A OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Souza Cruz ficou suspensa nesta sexta-feira depois que o preços da recompra foi questionado pela acionista Aberdeen. O preço da Oferta foi fixado em R$ 26,75 por ação, mas por conta do pagamento de dividendos foi ajustado hoje para R$ 26,14. Foi feito um pedido de convocação de uma assembleia especial para deliberar sobre a realização de uma nova avaliação da companhia, de acordo com Fato Relevante publicado no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Cyrela (CYRE3, R$ 13,07, +4,39%)
A Cyrela apresentou seus resultados para o quarto trimestre nesta quinta, reportando lucro líquido de R$ 150 milhões, uma queda de 17,8% na comparação com igual período do ano passado. Os lançamentos da empresa no quarto trimestre somaram R$ 2,3 bilhões, volume 16,1% abaixo do apresentado em 2013. A receita líquida nos últimos três meses de 2014 foi de R$ 1,531 bilhão, uma alta de 10,1% ano a ano. O Itaú BBA viu os números como positivos, destacando a marcante geração de caixa livre, forte desempenho de vendas de unidades em estoque e margens brutas resilientes.
JBS (JBSS3, R$ 14,30, +3,25%)
A JBS teve recomendação reiniciada pelo Bradesco BBI com outperfom (desempenho acima da média) e preço-alvo de R$ 16,50 por ação. Ontem foi a vez do BTG Pactual reiniciar a cobertura da empresa com “compra” e preço-alvo de R$ 18. Hoje, as ações marcam seu quarto pregão seguido de alta.
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Saraiva (SLED4, R$ 5,25, +8,02%)
A Saraiva sobe forte hoje, tendo batido na máxima do dia seu maior valor desde janeiro deste ano. O movimento ocorre após a empresa anunciar que fará um estudo de reestruturação da unidade de negócios varejo, que será conduzido por um time de consultores, liderados por Enéas Pestana, em conjunto com executivos da Saraiva. Além disso, a empresa reportou na véspera que teve um lucro líquido de R$ 22,9 milhões no quarto trimestre de 2014. Isso representa uma alta de 91% sobre o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2014, o lucro líquido somou R$ 5,754 milhões, recuo de 56% na comparação com 2013. “Embora os resultados consolidados tenham sido abaixo das nossas expectativas, acreditamos que os preços das ações já incorporam um cenário negativo”, comentou o Santander.
Copasa (CSMG3, R$ 18,43, +3,19%)
A empresa teve um lucro líquido de R$ 21,5 milhões no quarto trimestre, uma queda de 24,2% na comparação anual, em reflexo da queda dos volumes faturados com a necessidade de redução do consumo de água. A receita de venda de bens e serviços cresceu 10,6% no ano, para R$ 4,1 bilhões, enquanto a receita líquida avançou 4,1%, para R$ 3,1 bilhões. Para o Santander, os números trazem cautela devido aos níveis dos reservatórios da companhia. “Mesmo que a empresa tenha um reajuste de tarifas no segundo trimestre, continuamos a aguardar a revisão da metodologia de revisão tarifária como o principal gatilho para a empresa”, disseram os analistas.
Metalgráfica Iguaçu (MTIG4, R$ 0,06, -14,29%)
A companhia informou ontem que seu conselho de administração deliberou à aprovação em assembleia geral extraordinária, marcada para 29 de abril, proposta de grupamento de ações na proporção de 50 ações para 1. A empresa comenta que a operação será para se enquadrar no novo regulamento da BM&FBovespa, que determina que o valor das ações negociadas no mercado deve ser superior a R$ 1.
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Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 3,48, +4,19%)
A Fertilizantes Heringer celebrou financiamento com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de R$ 110,2 milhões.
Elétricas
As ações das elétricas operam com fortes ganhos nesta sexta, com destaque para os ativos da Eletrobras (ELET3, R$ 5,53, +3,75%; ELET6, R$ 7,43, +6,75%), Cemig (CMIG4, R$ 12,48, +5,32%), Cesp (CESP6, R$ 24,37, +3,92%), Energias do Brasil (ENBR3, R$ 9,91, +3,77%), Copel (CPLE3, R$ 34,57, +3,19%) e Tractebel (TBLE3, R$ 35,59, +3,61%). De acordo com analista, a disparada ocorre após relatório do JP Morgan desta manhã analisar que o risco de racionamento está muito menor para 2015 e 2016, após as chuvas ocorridas nos últimos dias.