13 ações disparam mais de 6% hoje; exportadoras afundam até 14% na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O pessimismo visto na Bolsa no início desta semana foi anulado nesta sexta-feira, com os negócios sendo pautados pelo parecer de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, que viu agora desvio de finalidade na nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Casa Civil. Com o ânimo dos investidores de volta, o Ibovespa disparou 3,6% nesta sessão, voltando ao patamar dos 50.270 pontos, puxado pelas ações dos bancos, Petrobras e Vale.

Na contramão, o dólar caiu 2,6%, a R$ 3,5965 na venda, puxando as ações das exportadoras. O trio do setor de celulose, frigoríficos e a fabricante de aeronaves Embraer preencheram as quedas do índice deste pregão. Algumas dessas ações – como Klabin, Suzano e JBS – marcaram as maiores desvalorizações do índice também na semana, com perdas acima de 10%. Fibria, que completa o trio da celulose da Bovespa, recuou 7,5% no período.

Nesta sessão, a maior alta foi marcada pelas ações da Rumo, que dispararam 16%, seguidas pela siderúrgica Usiminas e Banco do Brasil. “O mercado continua comprado com a ideia do impeachment. O noticiário ficou favorável, com Gilmar no TSE e placar do Estadão”, diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. Além disso, a menor aversão ao risco no exterior também favorece mercado doméstico nesta sessão.

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Confira os destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 10,44, +5,03%; PETR4, R$ 8,26, +7,27%)
As ações da Petrobras dispararam em meio a notícias negativas para o governo Dilma e arrancada dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato Brent registrava alta de 5,88%, a US$ 41,75 o barril, em meio à expectativa de congelamento da produção da commodity por membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Por outro lado, no radar da empresa, volta a assombrar os investidores notícia de que o governo segue pressionando a diretoria da empresa para que ela reduza o preço da gasolina e do diesel, como uma forma de reduzir a inflação, segundo informação de hoje da Folha de S. Paulo. Analistas acreditam que a medida seria extremamente prejudicial à companhia, que precisa de caixa para fazer frente aos seus quase R$ 500 bilhões de dívida.

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A Petrobras se posicionou para tentar evitar o pedido de recuperação judicial de uma de suas fornecedoras, a Sete Brasil. Para isso, a estatal propõe a contratação de um mediador externo para negociar um acordo entre os sócios. Parte dos acionistas da Petrobras defende o pedido de recuperação judicial da Sete.

Ainda no noticiário da estatal, destaque para a notícia de que a petrolífera prorrogou por mais 30 dias o período de exclusividade para negociação com a Pampa Energia sobre possível venda de seus ativos na Argentina, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira. De acordo com a Petrobras, as negociações prosseguem e a transação ainda estará sujeita à aprovação de seus termos e condições finais pela diretoria executiva e por seu Conselho de Administração, bem como pelos órgãos reguladores competentes.

Vale e siderúrgicas
Seguem a euforia do mercado as ações da Vale (VALE3, R$ 16,24, +8,19%; VALE5, R$ 12,19, +8,36%) e Bradespar (BRAP4, R$ 6,45, +7,14%), holding que detém participação na Vale, que, por conta do noticiário político, se descolaram dos preços do minério de ferro lá fora. Hoje, a commodity para entrega à vista caiu 0,93% no porto de Tianjin, indo a US$ 53,80 a tonelada, marcando sua terceira queda semanal, pressionada por uma oferta que deverá crescer mais nos próximos meses e por expectativas de uma demanda morna no maior comprador, a China.

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O otimismo dos ativos brasileiros se estendeu para as siderúrgicas, que também figuraram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, com Usiminas (USIM5, R$ 1,68, +14,29%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,81, +11,09%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,46, +11,31%) e CSN (CSNA3, R$ 8,25, +8,70%).

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,90, +11,53%)
Com elevada exposição ao cenário do eventual impeachment presidencial, os bancos também reagem bem ao noticiário político. As ações das três principais instituições financeiras da bolsa acumulavam ganhos superiores a 4% nesta manhã. No noticiário do Banco do Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) rejeitou na última quinta-feira um acordo com diretores do banco no caso envolvendo o fundo Visanet. No caso foram acusados três diretores do banco, dentre os quais Fernando Barbosa de Oliveira e Paulo Euclides Bonzanini, por falta de diligência no exercício de suas funções.

As supostas irregularidades praticadas estão relacionadas às Ações de Incentivo do Fundo Visanet, incluindo antecipações de recursos à agência DNA Propaganda. Segundo a acusação, nos anos de 2003 e 2004, alterações nos procedimentos internos do banco teriam permitido que recursos financeiros fossem repassados à agência sem a definição prévia da ação de incentivo a que se destinava, dificultando a fiscalização sobre a utilização dos recursos.

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Após serem intimados pela CVM, Fernando de Oliveira e Paulo Bonzanini apresentaram suas defesas acompanhadas de propostas de termo de compromisso prevendo o pagamento à Autarquia no valor individual de R$ 120 mil. Proposta que foi rejeitada pela autarquia, levando os dois a elevarem a proposta para R$ 250 mil, que está sendo rejeitada agora pela CVM.

Também no noticiário dos bancos, vale ressaltar que o Citi rebaixou recomendação sobre as ações do Bradesco (BBDC4, R$ 27,41, +4,94%) de neutra para venda e do Itaú Unibanco de compra para neutra.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 15,90, +4,95%) e Cetip (CTIP3, R$ 42,11, +2,01%)
A BM&FBovespa comunicou após o encerramento do pregão desta quinta-feira (7) que alienou todas as ações de emissão do CMEGroup que detinha, o que equivale a 13,6 milhões ações classe A, ou 4% do total de ações emitidas pelo grupo. E esta venda pode ser o primeiro passo para a confirmação da fusão da Bolsa com a Cetip. De acordo com o comunicado, “a alienação das ações do CME Group teve como objetivo obter recursos para fazer frente às necessidades da Companhia no contexto da proposta combinação de negócios com a CETIP”. A operadora da Bolsa já fez duas propostas para a aquisição, de R$ 39 e R$ 41 por ação, sendo que ambas foram rejeitadas.

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Na quarta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que a fusão já estava aprovada e só faltava o aval dos conselhos das duas empresas para fechar a operação avaliada em R$ 40 bilhões. Mais tarde, a Reuters disse que a aprovação deveria ocorrer em até 48 horas. Apesar disso, a BM&FBovespa disse em comunicado ao mercado “que não existe qualquer nova informação que justifique a divulgação de novo fato Relevante ou que deva ser comunicada ao mercado, sobre a oferta realizada em 19 de fevereiro” além do que já foi informado pela companhia.

Sobre a alienação da participação no CME, a Bovespa afirmou hoje que as duas empresas “continuarão trabalhando em conjunto no desenvolvimento e listagem cruzada de produtos nas respectivas bolsas, assim como manterão a cooperação tecnológica”. O CME Group informou que não pretende reduzir sua participação acionária na BM&FBovespa, que é atualmente de 4%. Além disso, CharlesCarey seguirá como membro do Conselho de Administração da companhia. Por outro lado, a Bovespa disse que Edemir Pinto, Diretor Presidente da BM&FBovespa, pediu sua renúncia do conselho do CME Group, o qual ele faz parte desde 2011.

Ambev (ABEV3, R$ 18,57, 0,0%)
A Ambev pretende comprar a fábrica da Brasil Kirin, do grupo japonês Kirin Holdings, dedicada à produção e envase de bebidas em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. O negócio foi divulgado em publicação no Diário Oficial da União desta sexta-feira pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que deu publicidade à operação, ainda não aprovada pelo órgão antitruste.

Procurada, a Ambev disse que a operação se enquadra em seu plano de evolução da capacidade produtiva e de distribuição e que a fábrica produzirá tanto cerveja quanto refrigerante para a companhia. “Essa oportunidade vai ao encontro da estratégia de otimizar capacidade produtiva em plantas modernas, próximas das principais áreas de consumo”, afirmou em nota. A operação, que não inclui outros ativos da Brasil Kirin, “não é material para a Ambev”, acrescentou.

Exportadoras
Dos 11.500 contratos de swap cambial que o Banco Central poderia colocar à venda, foram vendidos apenas 3.000. A notícia ajuda a puxar o dólar para queda de 2,6% nesta sessão, assim como o noticiário político, em meio às chances maiores de impeachment da presidente Dilma. A queda do dólar hoje empurrou as empresas exportadoras para o campo negativo do Ibovespa, com JBS (JBSS3, R$ 9,62, -5,69%) entre as maiores as perdas do Ibovespa.

Hoje, uma reportagem da Folha de S. Paulo informava que documentos produzidos por ordem judicial sugerem que as empresas JBS e 4Buzz promoveram, por meio de anúncio pago no Google, a exposição de um texto difamatório contra o jornalista e ativista Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil e blogueiro do UOL. As empresas, conforme documentos obtidos junto ao Google e a operadora de telefonia GVT, estariam por trás do patrocínio ao link pesquisas com os termos “Sakamoto”, “Leonardo Sakamoto” ou “Blog Sakamoto” em 2015. A JBS, no entanto, nega relação com o link ofensivo.

No rol das notícias negativas para a empresa, ontem informações da Bloomberg apontavam que a JBS poderia perder R$ 5 bilhões no 1° trimestre de 2016, com seus derivativos de câmbio depois de o real registrar o maior ganho entre 150 moedas do mundo todo no primeiro trimestre. A Marfrig (MRFG3, R$ 6,45, -2,86%) e BRF (BRFS3, R$ 49,68, -0,74%) – ambas do setor de carnes e exposta ao câmbio – também recuavam hoje.

Já as demais quedas do Ibovespa foram as ações do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 28,29, -6,42%), Klabin (KLBN11, R$ 16,50, -5,71%) e Suzano (SUZB5, R$ 10,96, -3,01%), além da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 22,19, -2,29%) – todas penalizadas pela queda do dólar.

Mills (MILS3, R$ 3,78, +23,93%)
As ações da small cap Mills chamaram atenção nesta sexta-feira de euforia da Bolsa. Os papéis da companhia, que não mostraram um rali tão acentuado como outros da Bovespa durante o mês de março, diante de chances maiores do impeachment de Dilma, disparam até 25,9% nesta sessão, indo para o maior patamar desde novembro de 2015. Destaque também para o volume financeiro movimentado com o ativo, que ultrapassou R$ 15,015 milhões, contra média diária de R$ 4,8 milhões dos últimos 21 pregões. Procurada pelo InfoMoney, a assessoria de imprensa da companhia disse que não comenta sobre a oscilação das ações.

Ontem, a companhia divulgou na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), após o fechamento do pregão, que foi celebrado naquela data um novo acordo de acionistas, após o acordo celebrado em 5 de fevereiro não ter suas condições de eficácia atingidas.

Rumo Logística (RUMO3, R$ 3,15, +16,67%)
Entre os destaques de alta do dia figura a Rumo, que disparam hoje após ter desabado 17% ontem, em meio à possibilidade de ter que pagar de R$ 101 milhões a cerca de R$ 300 milhões de indenização à Agravia. Hoje, a empresa informou que fixou em R$ 2,50 o preço da ação em aumento de capital de R$ 2,6 bilhões – valor 18% abaixo da cotação atual. A Cosan Logística (RLOG3, R$ 0,65, +10,17%) subscreveu R$ 750 milhões no aumento.

Segundo o BTG Pactual, a operação é positiva para a empresa, uma vez queque vai trazer um alívio para o balanço e, consequentemente, aliviar o principal “overhang” do papel. Para os analistas, a companhia deve continuar trabalhando no reperfilamento de parte das dívidas, com prováveis apoios adicionais do BNDES. Eles seguem positivos com o case, ressaltando que o foco da companhia deve se voltar para a contínua melhora operacional, assim como a extensão das concessões existentes.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 18,92, +10,19%)
Fontes informaram a Bloomberg que o BTG Pactual estaria interessado em fazer cisão de US$ 1,6 bilhão da unidade de commodities. O banco também deverá renomear a unidade para Engelhart Commodities.

OGPar (OGXP3, R$ 0,09, +12,50%)
A petrolífera convocou debenturistas para uma assembleia em 20 de abril. A ideia é propor a conversão de debêntures em ações.

Dasa
A companhia do setor de saúde informou o mercado que seu conselho de administração aprovou a realização da sexta emissão, em série única, de 20.000 debêntures simples, não conversíveis em ações, com valor nominal unitário de R$ 10.000,00, com valor total de R$ 200.000.000,00 na data de emissão (20 de abril). As debêntures terão prazo de três anos contados da data de emissão, e a remuneração será de 120% da variação acumulada das taxas médias diárias dos DIs.

Segundo o comunicado enviado ao mercado, os recursos obtidos serão integralmente utilizados para refinanciamento de dívidas de curto prazo, incluindo a quitação integral das debêntures simples, não conversíveis em ações, da segunda emissão da companhia; e o saldo, se houver, para reforço no capital de giro.

General Shopping (GSHP3, R$ 2,78, +1,09%)
A companhia conseguiu aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a venda do Parque Prudente à J3.

Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 1,47, -1,34%)
A Fertilizantes Heringer comunicou seus acionistas e mercado em geral que a assembleia geral de debenturistas, realizada em 31 de março de 2016, aprovou a não declaração de vencimento antecipado da emissão, referentes ao exercício de 2015, e o pagamento pela companhia aos debenturistas de prêmio no valor de 1,50% sobre o saldo do valor unitário acrescido da remuneração em 31 de março de 2016 em cinco dias úteis contados da data da assembleia.

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