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SÃO PAULO – Finalmente, unidas. Em comunicado na noite da última segunda-feira (14), a Suzano e a Fibria informaram que finalmente viraram uma só, através da conclusão da megafusão entre as duas companhias de papel e celulose. O negócio é avaliado em US$ 14,5 bilhões.
A última etapa foi o pagamento de R$ 27,8 bilhões aos acionistas da Fibria, que passaram a deter participação na Suzano (SUZB3), nova marca da empresa.
Os números da nova empresa são superlativos. A união das duas companhias cria uma gigante com capacidade de produção de 11 milhões de toneladas de celulose e 1,4 milhão de toneladas de papel por ano. O grupo possui 11 fábricas no Brasil e 37 mil trabalhadores diretos e indiretos, exporta R$ 26 bilhões por ano e está presente em mais de 80 países.
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A conclusão da fusão, apesar de já esperada pelo mercado, foi recebida com ânimo, com as ações subindo nesta terça-feira cerca de 3% (também influenciadas pela estabilização dos preços de papel e celulose). Porém, apesar dessa alta, os papéis continuam registrando um 2019 de pouco brilho na bolsa após a disparada de 2018. Em janeiro, os papéis SUZB3 sobem 5%, enquanto o Ibovespa avança 7,5% no mesmo período.
Boa parte do desempenho abaixo do índice vem por conta da queda dos preços de celulose, da apreciação do real (o que é visto como ruim para ela por ser uma exportadora) e também da menor necessidade de ações defensivas nas carteiras de investimentos após as eleições, fazendo com que os investidores buscassem papéis mais agressivos para montar o seu portfólio.
Porém, apesar dos momentos de pouco brilho na bolsa por conta desses fatores, muitos analistas de mercado estão bastante otimistas com a Suzano, de olho no que poderá vir para ela no futuro.
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Conforme destaca a equipe de análise do Bradesco BBI, com a conclusão da fusão, a Suzano focará agora nos próximos passos estratégicos – e são vários caminhos para a geração de valor.
Dentre eles, o crescimento via projetos orgânicos ou de fusões e aquisições, além de sinergias avaliadas em R$ 15 bilhões. Além disso, a companhia apresenta um grande poder como líder do mercado, podendo colocar preços e tendo a habilidade de suavizar a volatilidade do ciclo. Isso é fundamentalmente importante nos momentos de turbulência para os preços de papel e celulose (que tanto afetaram a cotação da Suzano na bolsa nos últimos meses).
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Vale ressaltar que cada 1% de redução de desconto representa um valor presente líquido (ou NPV, na sigla em inglês) de R$ 2,5 bilhões para a Suzano. A companhia também pode diminuir a sua dívida e custo de produção, gerando mais R$ 1 bilhão de NPV.
Além disso, a companhia pode também pode ter uma performance positiva na bolsa com a fusão, através do menor custo de capital e dividendos mais constantes.
Melhores perspectivas para papel e celulose
A expectativa ainda é por menor volatilidade de preço de celulose após últimos três meses de queda para a commodity. Nesta terça-feira, os preços de celulose de fibra curta aumentaram em US$ 5 a tonelada (ou alta de 0,8%), para US$ 648 a tonelada, enquanto os de fibra longa se mantiveram em US$ 700 a tonelada, de acordo com dados divulgados semanalmente pelo Foex.
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A avaliação dos analistas do banco é de que, apesar da recuperação ainda ser pequena, serve como um sinal de que os preços da commodity possam ter atingido um piso. Desta forma, o mercado fica de olho em China.
“Acreditamos que os preços da celulose devem se recuperar mais consistentemente após as festividades do Ano Novo chinês em fevereiro, à medida que a demanda por papel pelo usuário final se recupere e os dados sigam apontando para baixos estoques de celulose nas mãos de traders e fabricantes de papel na Ásia”, avaliam.
Os analistas apontam que os principais produtores de celulose (do Brasil e da Indonésia, especialmente) vêm restringindo as exportações para a China, a fim de evitar maiores descontos. Assim, a magnitude da recuperação da demanda será fundamental para a dinâmica do mercado, especialmente considerando os níveis mais altos de estoques nas mãos dos produtores. Neste cenário, a Suzano como líder de mercado pode exercer uma grande influência nas cotações da commodity.
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O Bradesco BBI vê a gigante recém-criada do setor como a top pick do setor de celulose, possuindo um preço-alvo de R$ 60,00, o que corresponde a um potencial de valorização de cerca de 50% em relação à cotação desta terça-feira.
Mas não são só os analistas do banco que estão otimistas com a companhia: de onze casas de análise consultadas pela Bloomberg, oito casas de análise possuem recomendação de compra para os ativos. Assim, as expectativas para a Suzano são bastante positivas – e, se os preços das commodities ajudarem, a nova empresa poderá ter um futuro ainda mais positivo na Bolsa.
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