Se EUA entrarem em default, quebra-se todo o modelo do capitalismo, diz Gustavo Pessoa, da Legacy

Governo dos EUA pode ficar inadimplente no início de junho e o mercado fica atento às negociações

Rafaela Bertonlini

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As negociações sobre a extensão do teto da dívida dos Estados Unidos, que têm mostrado progresso nos últimos dias, movimentam o mercado, dadas as possíveis consequências até em âmbito global.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, discursou recentemente sobre o risco de que os Estados Unidos poderiam entrar em default de dívida em junho deste ano. Logo instaurou-se um estado de alerta sobre as consequências da maior economia do mundo ficar sem dinheiro para arcar com suas dívidas.

Breve contexto 

A discussão sobre a entrada em um possível default (calote) ocorreria, de acordo com autoridades, se os legisladores não aumentarem ou removerem o teto da dívida, o que tem gerado embates no Congresso americano.

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Em uma ponta os republicanos defendem o corte de gastos, enquanto na outra, alega-se que a diminuição de verbas representa uma “extorsão”.

O teto da dívida pública dos Estados Unidos atualmente está fixado em US$ 31,381 trilhões e só pode ser elevado com a aprovação de uma legislação do Congresso promulgada pelo presidente.

Desde janeiro, quando os Estados Unidos atingiram seu limite de endividamento, o Tesouro vem tomando medidas extraordinárias para continuar financiando o governo. Mas, como advertiu Yellen, as medidas irão se esgotar em breve. Logo, se o limite não for elevado, há chance de que o funcionamento do governo fique paralisado.

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Evidentemente que, por tratar-se da maior economia global, as consequências ultrapassam a “Terra do Tio Sam”. Segundo Gustavo Pessoa, Sócio Fundador e Gestor de Renda Fixa Local e Global da Legacy, com um possível default (calote) dos Estados Unidos, “quebra-se todo o modelo do capitalismo”, além de acabar com o “status” do dólar como moeda de reserva do mundo.

E os riscos não param por aí. Ainda de acordo com Pessoa, “se os Estados Unidos ‘fazem’ um default, viram emergentes na hora”. Logo, perde-se o motor de crescimento da economia global. “No limite, vai todo mundo virar a Argentina”, completa.

Esse foi um dos assuntos abordados durante o episódio 192 do podcast Stock Pickers, que também contou com a participação de Luiz Eduardo Portella, Sócio Fundador da Novus Capital, para tratar sobre juros no Brasil e no Mundo.

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Stock Pickers ​ 

O Stock Pickers é o maior podcast sobre ações do Brasil. O programa reúne gestores, analistas, traders e investidores em um debate sobre mercado e tudo que afeta seus movimentos.

Já recebeu nomes como Luis Stuhlberger, sócio-fundador da renomada gestora Verde Asset e um dos maiores gestores do país; Andre Jakurski, fundador da JGP, uma das maiores e mais vencedoras casas de gestão de recursos; Leda Braga, doutora em engenharia mecânica, fundadora, acionista majoritária e CEO da Systematica Investments e mulher brasileira com a carreira mais consagrada no mercado financeiro; além de outras personalidades reconhecidas do ramo.