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No dia 15 de junho, o Federal Reserve, o banco central norte-americano, elevou os juros da maior economia do mundo em 0,75 ponto percentual, para uma faixa de 1,5% a 1,75% ao ano. Este foi o primeiro aumento dessa magnitude e também o maior desde 1994.
Segundo os membros do comitê, está decisão foi tomada, pois a taxa inflação permaneceu elevada. Em maio, a taxa atingiu 8,6% em 12 meses, seu maior patamar desde março de 1981 e bem longe da meta de 2% para este ano.
O presidente do Fed, Jerome Powell, em discurso no congresso dos EUA, que o compromisso da instituição para combater a inflação é “incondicional”. Powell também acrescentou que não está descartado novas elevações em qualquer patamar e o que a tarefa do Fed de buscar um soft landing na economia americana torna-se “mais desafiadora”.
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Neste cenário, a leitura do mercado é de que o risco de recessão na maior economia do mundo é cada vez maior, o que tem derruba as bolsas ao redor do mundo. “A questão é quando e a intensidade desta recessão e não mais se ela vai acontecer”, afirmou Felipe Guerra, sócio-fundador e CIO da Legacy Capital, no episódio 151 do Stock Pickers.
Carlos Woelz, diretor e sócio-fundador da Kapitalo Investimentos, também concorda com essa visão. “Trazer a inflação para baixo vai exigir uma dor significativa. Parece muito pouco provável que tenha soft landing da economia dos EUA”, disse ele no Stock Pickers.
Investindo com a recessão no radar
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Para os dois especialistas, os juros devem continuar subindo e a inflação pressionando por mais tempo. Por isso, ambos estão vendidos em bolsa e comprados em juros. Além disso, eles ressaltam a visão positiva para as commodities, mas sempre de olho nos “mini-ciclos” deste mercado para reajustar o portfólio.
“Neste momento temos quase nada de petróleo, esperamos que caia para comprar mais. Há 2 meses estávamos muito comprados. No médio e longo prazo eu acredito também que o ouro vai subir bastante”, diz Guerra, da Legacy.
Nos investimentos em renda fixa, Woelz, da Kapitalo, ressalta a importância de estar atento ao timing de quando a recessão vai acontecer para conseguir os melhores investimentos. “É muito importante saber para pegar a inversão da curva. Eu trabalho com a queda de juros no meio de 2023”, diz ele.
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Como fica o Brasil?
Neste cenário de recessão nos EUA, os especialistas acreditam que a economia brasileira não vai passar impune e está fadada ao mesmo destino. Além de ser um país emergente e historicamente sofrer mais em tempos de aversão ao risco, o Brasil também passa por uma eleição presidencial, o que aumenta as incertezas em torno do País.
Com isso, Guerra conta que a Legacy busca estar mais vendida do que comprada na bolsa brasileira, principalmente no setor de consumo. “É um cenário péssimo para bolsa, tem que ter um portfólio que se beneficia com os juros mais alto por muito tempo”, disse ele no Stock Pickers.
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Na Kapitalo, Woelz conta que possui algumas empresas em seu portfólio, como Petrobras (PETR4) e Suzano (SUZB3). “Gostamos de algumas empresas, apesar delas estarem no Brasil”, afirma ele.
Para mais detalhes sobre a visão de Felipe Guerra, sócio-fundador e CIO da Legacy Capital, e Carlos Woelz, diretor e sócio-fundador da Kapitalo Investimentos, confira o episódio 151 do Stock Pickers.
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