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Humilde, o hoje brasileiro (mas boliviano de nascença) Martin Escobari, co-presidente do fundo de private equity General Atlantic e um dos grandes investidores retratados no livro “Fora da Curva 2”, gosta de dizer que tudo o que aconteceu de bom na sua vida foi “sorte” – inclusive a bolsa de estudos em Harvard que garantiu no passado.
Mas, assim que começa a falar sobre suas teses de investimento, dá para perceber que não foi só a sorte que construiu esse caminho de sucesso: ele também tem um faro impressionante para negócios. Para entender do que eu estou falando, é só assistir ao Stock Pickers especial no player acima.
Na entrevista, Escobari lembrou muitos acertos em decisões de investimento, como Arco Educação, ByteDance (dona do TikTok) e a própria XP. Dentre os erros, o mais marcante foi o “não investimento” na Amazon no final dos anos 90, quando a GA avaliou a companhia em US$ 10 milhões mas perdeu o investimento “por besteira”, diz o executivo. Hoje, a Amazon vale quase US$ 1,5 trilhão.
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Segundo Escobari, um dos segredos para farejar o potencial de uma empresa é “estar aberto à magia do caos”. Em outras palavras, é necessário identificar padrões e acertos “caóticos” em modelos de negócios – as falhas na Matrix que levam às respostas corretas.
Sua história para exemplificar esse ensinamento é a de quando ele descobriu que 30% dos alunos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) eram cearenses, mesmo correspondendo a menos de 5% da população brasileira. Investigando esse padrão, ele descobriu o modelo de negócios da Arco Educação, um dos investimentos mais frutíferos da GA. “O que era a magia? Foco no professor. “O grande problema do Edtech era que os professores não entendiam de tecnologia e eram humilhados pelos alunos”, disse ele, o que a companhia conseguiu resolver.
Crise
Para o sócio da GA, as crises são momentos em que as empresas mais preparadas ganham muita vantagem em relação às suas competidoras. Sua aposta é que os campeões da crise do coronavírus serão os bem capitalizados, com cultura forte e eficiência, mas principalmente os digitais, disruptivos e criativos.
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“No digital o desafio é óbvio, mas a criatividade é o contrário da eficiência”, disse. “Para você criar, precisa estar aberto ao desperdício, a testar coisas. Criação é superficialidade, errar muito, descobrir coisas em lugares a que ninguém achava que deveria ter ido”.
Por outro lado, é preciso ter uma operação muito bem organizada e com certa folga financeira para passar por momentos como esse, ele pondera.
Por isso, Escobari diz que “nessa revolução, apostaria minhas fichas nos guerrilheiros criativos, mas não todas as fichas: não subestime a organização”.
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