Publicidade
A Câmara aprovou, há pouco mais de uma semana, na noite de 13 de dezembro, alterações na Lei das Estatais, em vigor desde 2016, e o mercado não digeriu bem.
A principal preocupação do setor é que com as alterações aumente o risco de interferência política no comando de empresas como Petrobras (PETR3;PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) — inclusive, os papéis das companhias foram duramente afetados após a decisão.
As expectativas iniciais eram de que somente regras sobre gastos das empresas públicas com publicidade fossem mexidas. Porém, os deputados incluíram um dispositivo para reduzir o tempo de quarentena para indicados ao comando de estatais que tenham participado de campanhas eleitorais. A mudança no texto da lei tem de ser aprovada no Senado.
Continua depois da publicidade
André Jakurski, fundador do BTG Pactual e da JGP, foi duro em relação às repentinas modificações no texto.
“Essa alteração da lei calada da noite para mim é só sintoma de um problema muito maior. Pode-se mudar a constituição assim”, diz Jakurski. Ele aponta a preocupação com uma fragilidade constitucional no país.
André Jakurski, o novo governo e a lei das consequências imprevistas
Continua depois da publicidade
“Com a rapidez que as mudanças constitucionais estão acontecendo, pode-se dizer que não tem mais constituição no Brasil”, complementa.
A fala do gestor aponta sobretudo a insegurança institucional do Brasil e como o país fica exposto diante deste cenário. “Não se pode trabalhar em um cenário em que até o passado é incerto”, aponta.
Mesmo assim, Jakurski ainda esboça um otimismo em relação a Petrobras, afirmando que a empresa não deve quebrar e, a depender do preço em que está sendo negociada, pode inclusive ser uma boa oportunidade na Bolsa.
Continua depois da publicidade
Confira a entrevista completa no episódio #176 do podcast Stock Pickers.