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O mercado financeiro está entrando em um novo ciclo: depois de uma euforia que veio de 2019 até o pré-Carnaval, entramos na fase de “pânico”, com a chegada do coronavírus, e logo fomos para a fase da “esperança”, com as injeções de liquidez e cortes de juros em todo o mundo. Agora, chegamos à quarta fase: a “fase da entrega”.
A avaliação é de Bruno Garcia, CIO da Truxt Investimentos e um dos principais destaques positivos da indústria de fundos em 2020 (os fundos macro e long biased da casa estão com ganhos de até 20% no ano, e até os fundos de ações estão com performance bem positiva).
Ele definiu essa quarta fase da seguinte maneira: se na fase da esperança os múltiplos das empresas subiram absurdamente (pois o preço das ações cresceu bem mais do que a recuperação do lucro), a fase da entrega é o momento que estas empresas terão que justamente entregar estes lucros projetados pelos investidores. “É a hora que as empresas vão ter que entregar. A economia vai ter que voltar a aquecer”, explicou Garcia no Coffee & Stocks desta segunda-feira (23).
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Esse fenômeno tem ajudado no que o mercado tem chamado de “rotação”, que é a troca de ações de empresas de crescimento (que já subiram muito em 2020) por aquelas denominadas de “valor”, que ficaram para trás durante a pandemia. Para Garcia, essa troca não é sustentável e os investidores devem voltar para as empresas de “growth”. “No médio e longo prazo o mais importante no comportamento das ações é o lucro. Se uma ação está barata mas não te dá o carrego do lucro, é muito difícil carregá-la”, diz o gestor.
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Ele inclusive deu um exemplo bem claro para essa ideia: “sempre que você compra algo sem muita convicção, você acaba stopando rápido por causa disso. Se eu compro uma Natura, XP, eu fico confortável ao ver uma queda de 5%, agora se eu compro um banco e vejo ele cair 5% minha primeira vontade é querer vender”.
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Atualmente a carteira de ações dos fundos da Truxt possui Natura, Localiza, B3, XP, BTG, Vale, Ômega Energia, Equatorial, Intermérdica, Lojas Renner e Centauro entre as maiores participações. Ele também incluiu PetroRio, posição curiosa pois o setor de petróleo estava “short” (vendido) nas carteiras da gestora até uma parte deste ano.
Saiba mais apertando o play no vídeo acima.