Cogna: “o descrédito gera desconto”, diz Henrique Bredda

Otimista com a companhia, gestor da Alaska reconhece problemas da empresa, mas acredita que ela está no caminho certo e o pior já passou.

Josué Guedes

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“Tudo de ruim que a empresa tem está nos balanços e no preço, mas o banho de sangue já aconteceu em 2020”. Esta é a visão que Henrique Bredda tem sobre as ações da Cogna (COGN3). Gestor da Alaska, que é dona de 10,05% da companhia e está em seu conselho fiscal, Bredda compartilhou no Coffee & Stocks desta quinta-feira sua visão sobre a empresa. Abaixo transcrevemos os principais trechos da conversa.

“Não tínhamos a empresa na época em que colocavam faixas na Faria Lima com quem não tem Kroton é bobo”, diz Bredda. A Alaska acompanhava o case desde 2011, mas acreditava que seu crescimento era em larga medida artificial devido ao FIES.

Bredda só passou a olhar de modo diferente para a empresa após as quedas drásticas que ocorreram nos últimos anos e que foram bem intensificadas ano passado. A empresa chegou a seu topo histórico em 2017, quando foi negociada a cerca de R$ 20. Hoje vale por volta de R$ 4,70.

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“Quando vemos um descasamento entre o que achamos que vale a empresa e o preço na tela, tendemos a comprar depois de entender realmente o negócio. De 2018 para 2019, quando começou a sair o FIES e iniciou uma certa onda de pessimismo em cima da empresa, começamos a estudar e compramos um pouco. Aceleramos bastante as compras no começo de 2020 durante a pandemia”, comentou o gestor.

Numa conta básica, para Bredda, com quatro anos de EBTIDA crescente e a geração de caixa subindo 45% ao ano, na média, a empresa irá gerar R$ 2,8 bilhões de caixa. Nesse ritmo de crescimento, e imaginando que a empresa negocie a 10x EBITDA em 2024, a empresa terá um market cap de R$ 18,7 bilhões. Em relação ao que ela vale hoje, isso é representa um crescimento de 110%. Os números usados por Bredda estão no próprio guidance da companhia

Analisando a relação entre risco e retorno, Bredda afirma que há muito mais para ganhar do que perder nesta tese, já que há um descrédito do mercado com a empresa. “Descrédito gera desconto”, diz.