As dicas e lições de Florian Bartunek sobre os últimos pregões de pânico nos mercados mundiais

"Não existe isso de ficar calmo, tranquilo. Tem que ficar preocupado, estudar e ver se sua posição está adequada", disse o gestor

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O investidor que está em pânico com a semana caótica do mercado pode ter uma certeza: ele não está sozinho. Este foi o recado dado por Florian Bartunek, sócio-fundador e gestor da Constellation Asset Management e co-autor do livro Fora da Curva durante a live especial com Thiago Salomão, apresentador do podcast Stock Pickers e analista da Rico.

Durante cerca de meia hora de conversa, Florian ressaltou que o investidor ou gestor que está alavancado é o que mais se machuca neste momento. E isso é algo que outras crises já mostraram.

O gestor destacou que estas situações são realmente complicadas e praticamente ninguém consegue se defender muito bem. Segundo ele, existem poucas chances até para vender, já que em dias como hoje, algumas ações já abrem caindo 20%. “A Bolsa entra em circuit breaker e tem ação que nem abriu ainda”.

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Com vivência de outras crises, Florian disse que nem tudo dá para se aprender. “As crises vão mudando”, destacou ele, reforçando que fica difícil estar sempre preparado ou se proteger.

Questionado sobre os motivos para tanto pânico, o gestor disse que não existe uma resposta. “A gente tenta achar explicações, mas os mercados são modelos muito complexos e dinâmicos”, explica ele apontando que não há um fator específico.

“Quando tem incerteza, eu não sei o que pode acontecer e as pessoas começam a criar cenários na cabeça. Fica no ‘e se’. A gente está na fase aguda da incerteza”, afirmou.

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Olhe para as empresas

Uma das maiores dicas que Florian deu na conversa é para o investidor tentar olhar para cada empresa, “voltar aos fundamentos”.

Neste momento ele diz não preferir comprar o índice, mas ações específicas. Citando o caso da RD (antiga Raia Drogasil), o gestor disse não ver uma grande chance do negócio da companhia ser afetado pelo que está acontecendo. “Podemos até falar de queda no lucro por causa de uma quarentena, por exemplo, mas a ação caiu muito”, disse.

Por outro lado, ele mostrou a situação de companhias aéreas ou de turismo. “A Azul, que é uma empresa que eu admiro, vai sofrer muito mais [neste cenário]”, destacou.

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Por fim, Florian deixou um recado para os investidores, lembrando que “nenhum mal dura para sempre”. Ele lembrou que é possível que a Bolsa caia ainda mais, mas que a tendência é que “as coisas se ajustem”.

“Você fala para as pessoas se segurarem, mas a gente entende a aflição”, afirmou ele reforçando que o investidor não deve ficar alavancado e precisa diversificar a carteira.

“Não existe isso de ficar calmo, tranquilo. Tem que ficar preocupado, estudar e ver se sua posição está adequada”, concluiu Florian.

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