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O ano de 2021 foi de altos e baixos para as ações de Hapvida (HAPV3) e Intermédica (GNDI). Os papéis das duas operadoras de saúde verticalizadas subiram respectivamente 28% e 40% em janeiro, quando a fusão entre as duas foi anunciada, mantiveram o patamar nos meses seguintes, mas desde então desidrataram.
Hoje Hapvida negocia a valores 14% mais baixos que os anteriores ao anúncio da fusão, enquanto Intermédica vale cerca de 7% que o mesmo patamar.
No Coffee & Stocks desta quinta-feira, Maurício Justo, da Alpha Key, elencou cinco fatores responsáveis pela queda.
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- Reajuste negativo: a ANS, órgão do governo que regula os planos, determinou reajuste negativo (redução nos preços) de 8,19% nos planos individuais, os principais produtos das duas empresas
- Lucro: o lucro operacional das duas empresas no segundo trimestre de 2021 ficou muito abaixo na comparação com o mesmo período do ano anterior. A margem EBITDA das duas empresas caiu entre 50% e 70%, o que parecem números feios, mas não deveriam surpreender, já que devido à Covid, procedimentos eletivos ficaram suspensos (portanto represados) em 2020.
- Parecer do Cade: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica divulgou no último dia 28 seu parecer sobre a fusão entre as duas companhias. O órgão considerou a fusão “complexa”, pediu informações complementares e o mercado reagiu mal. Segundo Justo, no entanto, o parecer não traz riscos à união.
- Efeito Prevent Sênior: A CPI da pandemia no Senado expôs denúncias seríssimas de médicos, familiares e pacientes da Prevent Sênior contra a operadora, que tem modelo igual ao de Hapvida e Intermédica. Temendo que o caso respingasse nas companhias, muitos investidores se desfizeram dos papéis, reduzindo preços.
- Juros: o aumento das taxas de juros de 2% para 6,25% fizeram com que os custos de oportunidade aumentassem, punindo as ações.