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O Ozempic, famoso remédio para diabetes GLP-1 da Novo Nordisk, gerou melhoras em alguns parâmetros relacionados a transtornos de consumo de álcool em um pequeno estudo, disseram pesquisadores nesta quarta-feira.
Os 48 participantes do teste de nove semanas enfrentavam transtornos de consumo de álcool moderadamente graves e receberam, uma vez por semana, o Ozempic ou placebo.
Antes do estudo, eles foram convidados a consumir suas bebidas alcoólicas favoritas durante um período de duas horas em um ambiente confortável.
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Em uma segunda sessão de bebidas ao fim do teste, os participantes que receberam o tratamento com Ozempic consumiram significativamente menos álcool do que na primeira sessão, o que não foi o caso do grupo que recebeu placebo, segundo os resultados publicados na revista científica JAMA Psychiatry.
Embora o Ozempic tenha reduzido significativamente o desejo semanal de beber álcool, não houve diferença significativa entre os grupos na redução dos dias de consumo de álcool. A quantidade de bebidas por dia, em média durante o total dos dias do estudo, também foi reduzida de maneira semelhante nos dois grupos.
No entanto, ao calcular a média do número de bebidas somente nos dias em que o álcool foi consumido, a redução foi maior no grupo que recebeu Ozempic. E ao longo do tempo, houve uma redução maior nos dias de consumo excessivo de álcool – definido como quatro ou mais drinques para mulheres e cinco ou mais para homens – no grupo que recebeu o Ozempic.
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Os resultados indicam o potencial da semaglutida – principal ingrediente do Ozempic e do Wegovy, remédio da Novo Nordisk para perda de peso com doses mais altas – e de medicamentos semelhantes para “atender a uma necessidade não satisfeita no tratamento de transtornos de consumo de álcool”, disse a líder do estudo, Klara Klein, da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, em comunicado.
“Estudos maiores e mais longos em populações mais amplas são necessários”, disse Klein, sobre o estudo relacionado ao abuso de álcool. “Mas as primeiras conclusões são promissoras”.