Dia Mundial do Rim: número de doença crônica renal sobe 57,6% em uma década

Prevenção é a melhor tática para cuidar da saúde renal diante do aumento da doença crônica no país

Victória Anhesini

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O Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira (13), tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância dos rins para a saúde geral e as doenças renais. 

Segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2023, o número de pacientes com doença renal crônica (DRC) que precisam de diálise teve um aumento de 57,6% nos últimos 10 anos. Atualmente, são mais de 155 mil brasileiros que precisam do tratamento.

A DRC é considerada uma condição irreversível, com a função dos rins parcialmente ou completamente comprometida. Os rins perdem gradualmente a capacidade de realizar suas funções principais, como filtrar resíduos, toxinas e excesso de líquidos do sangue. O acúmulo desses resíduos no corpo levam a problemas de saúde graves e até fatais.

Para substituir a função renal, são necessárias sessões regulares de hemodiálise, geralmente duas ou três vezes por semana, com duração de cerca de quatro horas cada.

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Apesar do transplante renal ser uma alternativa de tratamento, ele ainda representa menos de 5% dos casos de DRC. A diálise se torna um tratamento contínuo para a maior parte dos pacientes, o que impacta as atividades diárias pela frequência das sessões e seus efeitos colaterais.

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A importância do Dia Mundial do Rim

O aumento da incidência de DRC está ligado a questões estruturais de saúde, principalmente ao aumento de fatores de risco como obesidade, diabetes, hipertensão e o envelhecimento da população. 

Além disso, estudos indicam que a poluição atmosférica pode agravar a saúde renal. Uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de Amsterdã observou como a poluição influencia no funcionamento dos rins, aumentando as preocupações com o ambiente como um fator de risco adicional.

Diante desse cenário preocupante, Bruno Zawadzki, nefrologista e diretor médico nacional da DaVita Tratamento Renal, afirma que a solução para a crise da DRC depende de mudanças nos hábitos de vida da população. 

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Ele destaca que manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente, controlar o peso, monitorar doenças como diabetes e hipertensão, são algumas das medidas fundamentais para prevenir e controlar danos aos rins. 

Além disso, check-ups regulares são fundamentais para acompanhar o funcionamento dos rins. O Dia Mundial do Rim ajuda a aumentar a conscientização sobre a saúde renal, que deve ser prioridade tanto para indivíduos quanto para gestores de saúde pública e privada.

Pacientes com fatores de risco, como diabetes, hipertensão, obesidade, histórico familiar de DRC e idade superior a 60 anos, devem incluir em seus exames de rotina testes de sangue para medir os níveis de creatinina (indicando a função renal) e exames de urina para verificar a presença de proteínas (albumina), um dos primeiros sinais de lesão renal.

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“O Dia Mundial do Rim é uma excelente oportunidade para colocarmos a saúde renal na agenda de todos. A conscientização é fundamental para prevenir a doença e reverter o aumento da doença renal crônica no Brasil”, conclui Zawadzki.