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O final de ano não é uma desculpa para ficar sem treinar. Quem gosta de manter a academia em dia mesmo durante o verão, porém, pode sofrer com as altas temperaturas, e o mesmo vale para quem curte sair para correr de manhã, por exemplo.
Apesar disso, o verão é a estação perfeita para aproveitar os dias ensolarados e se dedicar a atividades físicas ao ar livre. Caminhadas, corridas e treinos em parques ou praias ganham ainda mais espaço na rotina de quem busca manter o corpo ativo e saudável.
Quem já tem uma rotina bem detalhada de treinos para seguir não pode ignorar a diferença das altas temperaturas, típicas dessa época do ano, já que elas também têm riscos em potencial para a saúde.
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“Treinar no verão exige planejamento e cuidado redobrado com a saúde, principalmente para quem já possui algum problema de saúde preexistente”, disse o cardiologista Rui Póvoa, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
Expor-se ao calor excessivo sem os cuidados necessários pode sobrecarregar o sistema cardiovascular, levar à desidratação e causar danos à pele. Além disso, condições como hipertensão, varizes ou histórico de doenças cardíacas podem ser agravadas em situações de esforço físico no calor intenso.
Quais são os melhores momentos para se exercitar no verão?
Saber escolher o horário para se exercitar é imprescindível para reduzir os impactos do calor. Treinos realizados no início da manhã ou ao fim da tarde, quando as temperaturas são mais amenas, ajudam a prevenir complicações.
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A dermatologista Laís Rios, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que o melhor a se fazer é evitar o período entre 10h e 16h, pois é quando os raios solares estão mais intensos.
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Além do horário, ela recomenda optar por locais cobertos ou com sombra abundante, como parques arborizados. “Esses ambientes ajudam a reduzir a exposição direta ao sol e o risco de queimaduras solares”, disse.
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Outros aspectos importantes destacados pela dermatologista são o uso de protetor solar com alto FPS e resistência ao suor, algo indispensável para quem vai treinar em um ambiente aberto.
“Roupas leves, de cores claras e com proteção UV ajudam a minimizar os riscos de exposição excessiva. Além disso, manter-se hidratado antes, durante e após os exercícios é essencial para evitar insolação, desidratação e manter o bom funcionamento do corpo e da pele.”
Ela também ressalta que a utilização de acessórios como bonés, viseiras e óculos de sol também ajudam, principalmente para proteger o rosto e os olhos.
Hidratação e proteção solar
A recomendação número um para qualquer atividade física é sempre ter um cuidado especial com a hidratação, pois é a água que vai levar ao bom funcionamento do corpo.
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Póvoa explica que o ideal é ingerir de 2 a 3 litros de água por dia, porém em dias mais quentes, é interessante consumir os líquidos a cada 20-30 minutos.
Já para a pele, Laís alerta que o protetor solar deve ser usado mesmo em dias nublados e reaplicado a cada duas horas, principalmente durante atividades ao ar livre. “Protetores com FPS 30 ou mais e resistentes à água são os mais indicados”, completou.
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Já a médica cirurgiã vascular Andréa Ostaszewski Klepacz ressalta que a hidratação é o primeiro passo para ajudar nos sintomas de doenças vasculares. Ela destaca que o exercício físico, inclusive, é ideal para a prevenção de varizes.
Ela destaca que para quem já sofre com doenças vasculares, a prática física deve ser mantida sempre que possível.
“A hidratação com a ingestão de líquidos antes, durante e após o exercício é fundamental. Além disso, o uso de meias de compressão durante o exercício pode ajudar com a circulação e melhorar a recuperação após o exercício.”
Cuidados com a saúde cardiovascular
Segundo o cardiologista, a prática de atividades físicas em altas temperaturas provoca aumento da frequência cardíaca e vasodilatação, o que pode levar à desidratação e agravar condições como hipertensão.
Pessoas com problemas cardiovasculares devem estar especialmente atentas aos sinais do corpo. “Sintomas como tontura, palpitações e câimbras são sinais de alerta que podem indicar desidratação ou exaustão térmica”, completa Póvoa.
Ele também acredita que fazer check-ups frequentes ou determinados exames antes de iniciar ou intensificar uma rotina de exercícios no verão é indicado. “Exames clínicos, como eletrocardiograma e teste de esforço, ajudam a identificar possíveis riscos”, disse.
Para quem tem varizes ou outros problemas vasculares, Andréa alerta que há sinais que denunciam problemas circulatórios no calor.
“Dor, cãibras nas pernas, inchaço excessivo e sensação de peso nas pernas são sinais de que a circulação não está funcionando adequadamente”
Respeite os sinais do corpo
Mesmo com todos os cuidados, é fundamental respeitar os limites do corpo. “A exaustão térmica pode ter sintomas inespecíficos de tontura e fraqueza, náuseas e vômitos, enxaqueca, dores abdominais e câimbras”, explicou Póvoa.
“Tanto a desidratação quanto a exaustão térmica podem afetar não só o coração como também os rins, podendo levar em alguns casos a insuficiência renal”
Quem já sofre de alguma condição pré-existente, como varizes, hipertensão ou outros problemas cardíacos, precisa prestar o dobro de atenção, por conta do risco de flutuações nos níveis de pressão arterial.
“Para os cardiopatas, é necessário considerar cada patologia de forma individual, mas, de modo geral, a prática de exercícios no calor pode causar sobrecarga cardíaca, podendo levar o coração à descompensação devido ao esforço adicional. Além disso, as arritmias cardíacas podem surgir devido a essa sobrecarga no sistema cardiovascular”, afirma o cardiologista.
Laís destaca, por fim, a importância de não ignorar esses alertas: “Insistir no exercício em condições de desconforto pode levar a complicações graves, como desidratação severa ou golpes de calor.”