5 sinais que o estresse está afetando sua saúde

Veja quais são os principais indicadores físicos e mentais de que algo está errado

Victória Anhesini

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Viver estressado não é normal. O transtorno é uma resposta fisiológica do corpo em momentos de ameaças, perigos e pressão, então isso não deveria ser um sentimento frequente na vida de ninguém.

O estresse está relacionado a um leque de doenças dos mais diversos tipos, incluindo problemas cardíacos, distúrbios digestivos, além de enfraquecer o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções e inflamações.

Ele também pode ser causado por grandes alterações no estilo de vida e até mesmo pode ocasionar um gatilho relacionado a determinados ambientes, ou seja, a sensação pode permear qualquer área da vida, sem distinção.

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Na correria do dia a dia, é difícil identificar como o corpo está sendo afetado pelo transtorno e, ainda “se livrar” do estresse – outro aspecto que pode parecer uma missão impossível. Contudo, especialistas pontuam que não tem tanto mistério assim.

Quais são os principais sintomas do estresse?

  1. Alterações de humor

A forma que o corpo reage ao estresse pode ser diferente para cada pessoa. Emocionalmente, os sintomas incluem ansiedade, depressão, além de outras irregularidades de humor e crises de raiva, segundo a cardiologista Maristela Monachini, do Hospital Sírio-Libanês.

  1. Problemas de sono

Além disso, também está relacionado a problemas com o sono. “O estresse pode tanto causar insônia quanto hipersonia [excesso de sono]. Algumas pessoas têm dificuldade para dormir, enquanto outras sentem a necessidade de dormir por longos períodos”, diz o psiquiatra Alexandre Valverde.

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  1. Mudanças de apetite

Valverde também pontua que outro indicador importante é o apetite, que pode aumentar ou diminuir conforme a situação. O psiquiatra explica que essa elevação, especificamente, se manifesta não só por meio do aumento da quantidade de comida nas refeições, mas também pela tendência a ficar beliscando, sempre em busca de algum tipo de estímulo.

“Muitas vezes, procuramos o conforto na comida, aquela que comemos para nos sentirmos mais tranquilos, para tentar apaziguar a ansiedade, o que pode levar à compulsão alimentar”, disse.

  1. Dificuldade de se concentrar

A cardiologista pontua que outro sintoma muito comum é a falta de concentração e dificuldade de manter o raciocínio, o que afeta tanto a vida pessoal quanto a profissional. “Esses sintomas, se não forem tratados, podem se agravar com o tempo”, destaca.

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Valverde ainda ressalta que problemas de foco podem ser particularmente graves, pois além da falta de capacidade de trabalhar e estudar, também há impacto na memória, o que pode ser observado na hora de executar tarefas simples.

  1. Tensões físicas

O psiquiatra também pontua que os sintomas físicos mais comuns de excesso de estresse incluem alterações no funcionamento do intestino, tensão muscular, dores de cabeça e nas articulações e aumento de sensibilidade em relação à dor.

Também há possibilidade de haver mudanças na libido, podendo aumentar ou diminuir.

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“A pessoa pode parar de buscar relações sexuais, ficando longos períodos sem interesse, ou, ao contrário, pode buscar a atividade sexual de forma repetitiva ou compulsiva, seja acompanhada ou solitária, como uma forma de lidar com a ansiedade e tensão que está vivenciando”, explica.

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Estresse ocasional versus crônico

Os especialistas reforçam que há uma diferença entre o estresse ocasional, que acontece como uma resposta temporária a eventos específicos. Por exemplo, quando o prazo de alguma entrega importante está chegando ou por conta de conflitos familiares.

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Esse tipo de estresse, de acordo com Maristela, tende a ser solucionado a partir do momento que a situação se normaliza. O problema acontece quando o transtorno persiste.

“O estresse crônico é persistente, frequentemente ligado a problemas contínuos, como dificuldades financeiras ou pressões no ambiente de trabalho… Esse tipo de estresse é mais prejudicial, pois pode levar a alterações na saúde.”

Valverde explica que também há uma liberação elevada de hormônios, como o cortisol e a adrenalina, que levam ao aumento da pressão arterial. Além de elevar a glicemia, causam ainda retenção de líquidos e acúmulo de gordura, resultando em alterações no peso.

Consequências crônicas

O estresse contínuo provoca também uma sobrecarga no corpo. Monachini explica que já foi comprovado que pessoas com estresse alto ou moderado têm mais chances de sofrer problemas cardíacos. 

Ela ainda pontua que o estresse crônico também está associado com o aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, aumentando o risco de infarto e angina. 

Além dos problemas cardiovasculares, Valverde alerta para o impacto no cérebro, que pode ser observado por meio do comportamento continuado de “flight or fight”, ou “fuga ou luta” em português, que indica hipervigilância excessiva e tensão.

“A exposição crônica ao estresse faz com que as amígdalas cerebrais, responsáveis pela vigilância e o comportamento de luta ou fuga, entrem em um estado de hiperfuncionamento”, explicou.

O psiquiatra frisa que, no longo prazo, manter esse estado de alerta constante pode afetar as relações pessoais, o desempenho no trabalho e a saúde mental, desencadeando quadros de ansiedade e depressão.

“Esse estado constante de alerta pode criar um “curto-circuito” de tensão, fazendo com que a pessoa interprete os acontecimentos de forma negativa e exagere na percepção de ameaças”, disse.

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Métodos para gerenciar o estresse

Nem tudo, porém, está perdido: é possível, segundo os especialistas, gerenciar o estresse diário com algumas estratégias: 

Reconhecer os sinais do estresse e adotar hábitos saudáveis podem, por fim, ajudar a evitar seus efeitos negativos na saúde física e mental.

Quando o estresse é constante, é importante procurar ajuda profissional para evitar complicações a longo prazo.

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