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SÃO PAULO – Durante o último programa Painel WW, em que foi debatido o “tipo de capitalismo que o Brasil quer”, a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, destacou que o País terá de retomar a antiga agenda liberal que tinha antes do governo Dilma Rousseff, e que isso terá de ser feito por falta de opção, caso o próximo presidente não defenda esta ideia.
Segundo ela, no Brasil existe algo chamado de “capitalismo de compadrio”, em que existem relações entre o público e o privado que não deveriam existir. “A gente deveria ter, institucionalmente estas relações mais separadas”, afirma. Nesta linha, Zeina explica que houve um retrocesso principalmente na gestão Dilma.
“Eu não acho que a gente estava indo para um caminho de aprofundar este capitalismo de compadrio, acho que a gente estava caminhando com uma agenda de cunho mais liberal, mesmo que aos poucos”, disse destacando que a ex-presidente recuou nesta agenda.
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Zeina explica que este caminho liberal teve início com a abertura econômica do governo de Fernando Collor, com o início do processo de privatizações. Na sequência, Fernando Henrique Cardoso deu continuidade a este processo, estabelecendo o tripé macroeconômico e dando mais liberdade na gestão da política econômica, avançando ate nas políticas sociais, algo que o primeiro governo de Lula também seguiu.
“Mas Dilma fez um retrocesso enorme, retrocesso institucional, na agenda econômica, resgatando aquele velho modelo do passado, com muito intervencionismo estatal, escolhendo os grupos que iriam ser protegidos”, afirma a economista, ressaltando que é neste cenário que o setor privado “aproveita”. “Não quer dizer que nosso empresariado não sabe viver sob outro regime, outras regras, mas diante da própria orientação que o governo trouxe, você aproveita”, diz.
Por fim, ela resume que o Brasil teve muitos retrocessos, mas que estamos em uma tendência de retomar a agenda de viés liberal. “O fato de acabar o dinheiro faz com que a gente tenha que naturalmente seguir esta linha, senão por convicção, por falta de opção”, conclui Zeina.