Publicidade
SÃO PAULO – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, classificou nesta quarta-feira (3) como “histórico” seu voto que definiu a liberdade do ex-ministro José Dirceu, preso pela operação Lava Jato há quase dois anos. O magistrado proferiu o voto de desempate para a decisão da Segunda Turma de conceder o habeas corpus solicitado.
Mendes foi questionado sobre as críticas feitas pelo coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, que disse que a decisão foi “incoerente”. “Tudo que tinha que falar sobre esse tema falei ontem no meu voto. Acho que até é um voto histórico, vocês poderiam anotar”, afirmou.
Em seu voto, o ministro criticou a postura dos procuradores da Lava Jato de antecipar a apresentação de uma nova denúncia contra Dirceu com o objetivo de influenciar a decisão do STF, para mantê-lo preso.
Continua depois da publicidade
“Creio que hoje o Tribunal está dando uma lição ao Brasil. Há pessoas que têm compreensão equivocada do seu papel. Não cabe a procurador da República pressionar, como não cabe a ninguém pressionar o Supremo Tribunal Federal, seja pela forma que quiser. É preciso respeitar as linhas básicas do Estado de Direito. Quando nós quebramos isso, estamos semeando o embrião do viés autoritário”, disse Mendes ontem.