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No dia seguinte à sua vitória sobre Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno das eleições municipais, o prefeito reeleito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), indicou ter a intenção de nomear o vice-prefeito eleito, coronel Mello Araújo (PL), para comandar uma secretaria na próxima gestão, a partir de janeiro de 2025.
As declarações do emedebista foram dadas em entrevista à CNN Brasil, na manhã desta segunda-feira (28). Segundo Nunes, Mello Araújo deve assumir uma secretaria-executiva na prefeitura da capital.
“Do Mello Araújo, eu não conversei com ele ainda, mas, a princípio, eu acho que talvez uma secretaria-executiva em que ele pudesse cuidar de questões estratégicas. Seria algo que poderia ajudar a cidade”, disse Nunes.
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“O Mello vem de uma experiência muito grande e tem uma coragem muito grande. Na política, é muito importante ter coragem e experiência”, elogiou o prefeito reeleito.
Segurança pública
Na entrevista à CNN, Ricardo Nunes disse que não há uma prioridade específica para o próximo governo, pois todas as áreas merecem atenção da prefeitura, mas destacou a segurança pública – em princípio, uma atribuição dos governos estaduais – como um ponto crucial.
“Hoje, todas as pesquisas nos trazem que a maior preocupação da população é segurança. É algo, que mesmo sendo responsabilidade constitucional do governo do estado, a gente não vai deixar de atuar”, garantiu.
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“A gente precisa ter o conceito de que o prefeito de uma cidade deste tamanho precisa ter uma visão mais ampla com relação a essas questões. Não dá para eu gastar energia só em uma área e deixar [de gastar] em outra”, completou Nunes.
“Pau para cima da Enel”
Durante a entrevista, o prefeito reeleito de São Paulo reiterou sua posição de não poupa esforços para tentar tirar a Enel (concessionária de energia do estado) da capital paulista.
Nas últimas semanas, a empresa tem sido bombardeada por críticas de autoridades municipais, estaduais e federais. No último dia 11 de outubro, mais de 3 milhões de pessoas foram afetadas por um “apagão” de energia que atingiu vários locais de São Paulo e da região metropolitana.
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A Enel é a responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo desde 1998. O contrato de concessão do serviço, que tem duração de 30 anos, vence apenas em junho de 2028.
“Reeleito, obviamente, a força política que exerço é maior. Uma votação dessa, uma vitória expressiva, não tenha dúvida que será pau para cima da Enel”, prometeu Nunes.
“Eu e o Tarcísio [de Freitas, governador do estado] já falamos e, agora, a gente vai poder reforçar ainda mais que nós não queremos essa empresa aqui e que o governo federal precisa se posicionar”, prosseguiu o prefeito.
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“O contrato da Enel é concessão federal, regulação federal, fiscalização federal. Só depende do governo federal para tirar a Enel daqui. Está na cláusula 10ª do contrato da Enel que o presidente da República, se quiser, faz um decreto e faz a intervenção [na Enel]”, afirmou Nunes.
“Basta ele [Lula] querer, basta ele ter o mínimo de respeito com a população de São Paulo. Basta ele sentir um pouco da dor da população de São Paulo para tirar essa empresa daqui”, concluiu.