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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (6) que ficou feliz com a definição de uma data para a eleição presidencial na Venezuela. Quando indagado se esperava que o pleito fosse justo, Lula afirmou que, a depender do comportamento do candidato à oposição, “nada” seria considerado justo.
“Você sabe que eu fiquei feliz porque foi marcada a eleição na Venezuela, em 28 de julho”, disse Lula a jornalistas no Palácio do Planalto, antes de receber o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
O presidente foi questionado se acreditava que a eleição seria justa e disse ter recebido informações de que observadores internacionais serão convidados para monitorar o pleito.
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“O que eles me disseram na reunião que eu tive na Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) é que vão convidar ‘olheiros’ do mundo inteiro. Mas, se o candidato da oposição tiver o mesmo comportamento do nosso aqui, nada vale”, ironizou Lula.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula na eleição de 2022, questionou diversas vezes, sem apresentar provas, a lisura da votação em urnas eletrônicas e chegou a convocar uma reunião com embaixadores que atuam em Brasília para colocar em dúvida o sistema eleitoral brasileiro.
Bolsonaro enfrenta investigações na Justiça por causa dessa reunião, assim como outros processos relacionados a uma suposta tentativa de anular o resultado do pleito.
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Na terça-feira (5), o conselho eleitoral da Venezuela anunciou que a eleição presidencial do país será realizada em 28 de julho deste ano. O dia da eleição também é a data de nascimento do ex-presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013 e foi mentor e antecessor do atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Maduro, que está no poder desde 2013, será candidato à reeleição, mas não está claro quem ele enfrentará como representante da oposição após a Suprema Corte do país manter a decisão que impede María Corina Machado, que venceu com folga as primárias da oposição em outubro, de ocupar cargos públicos. O veto à candidata provocou a restauração de sanções impostas à Venezuela pelos Estados Unidos.
O governo e a oposição na Venezuela fecharam um acordo eleitoral em outubro para que a votação fosse realizada na segunda metade de 2024, com observadores internacionais, incluindo da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU), supervisionando o pleito.