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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira que a Vale (VALE3) distribua dividendos a seus acionistas mas, ao mesmo tempo, não deixe de fazer investimentos, dada sua importância estratégica para o país.
Lula disse ainda, durante evento de lançamento do programa da empresa chamado Novo Carajás, que a relação entre mineradora e governo enfrentou um “clima desagradável”, um “fio desencapado”, mas tende a se acertar agora que está à frente da Presidência da República e tem Gustavo Pimenta no comando da empresa.
“É importante que a Vale leve em conta que ela tem que distribuir dividendos para os acionistas, mas é importante que ela leve em conta que ela tem que fazer investimento para ela crescer, para gerar emprego, e para gerar performance da Vale no mundo do minério, sobretudo agora com esses tais de minerais críticos”, disse o presidente no evento em Parauapebas (PA).
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“Eu acho, Pimenta, que a tua eleição na Vale, ela é uma oportunidade extraordinária para que a gente restabeleça aquilo que jamais deveria ter acontecido, da separação entre os interesses da Vale enquanto empresa estratégica para este país e o Estado brasileiro, que também tem interesse estratégico que a Vale cresça”, afirmou Lula.
A participação da Vale como vetor para o crescimento da economia do país havia sido cobrada ao longo do ano passado, quando integrantes do governo, incluindo o próprio presidente, reclamaram da falta de diálogo com a administração anterior da mineradora, entre outras críticas.
Lula também manifestou sua expectativa de que a mineradora volte a figurar entre as maiores do mundo.
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A Vale confirmou nesta sexta-feira investimento de R$70 bilhões no complexo situado no Pará nos próximos cinco anos, após o Palácio do Planalto ter antecipado o valor em nota divulgada esta semana anunciando visita de Lula, nesta sexta, a Carajás, que abriga a maior mina a céu aberto de minério de ferro.
A mina de Carajás tem ainda o minério com maior teor de minério.
A companhia ressaltou que o investimento do Programa Novo Carajás, que marca 40 anos de atuação da Vale na região, está em linha com o guidance já divulgado.
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Pouco antes do discurso de Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou no mesmo evento que o governo federal vê “sinais claros” de mudança na nova gestão da Vale que justificam a confiança nos novos projetos da mineradora.
“Ao longo dos últimos anos, a Vale se distanciou muito do equilíbrio necessário entre os interesses da empresa e da sociedade brasileira. Sabemos muito bem dos resultados deste cenário. Porém, vemos sinais claros de mudanças acontecendo na nova gestão”, afirmou Silveira, em seu discurso.
“Sinais que justificam o nosso voto de confiança e fé na liderança do novo presidente (da Vale) Gustavo Pimenta e de toda sua equipe”, acrescentou Silveira, desejando “boa sorte” ao executivo.
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O ministro acrescentou que a sociedade brasileira deve ser sempre a maior beneficiada da mineração.
“Assim como devemos sempre nos lembrar que ninguém pode ser dono das riquezas do subsolo brasileiro”, acrescentou
“As concessões de direitos minerais não podem e não devem atender somente a interesses das companhias”, disse.