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O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ficou de fora da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
Embora tenha sido indiciado pela Polícia Federal no ano passado pelos crimes de associação criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, o dirigente partidário não foi mencionado no documento de 272 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o relatório da PF, Valdemar teria atuado “de forma coordenada” para manter Bolsonaro no poder, mesmo sabendo que as alegações de fraude eleitoral eram infundadas. O indiciamento apontava que ele participou da elaboração de um parecer apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que questionava a lisura das urnas eletrônicas. O documento, contudo, não havia embasamento técnico e foi rejeitado pela Corte eleitoral.
“Essa representação foi elaborada com a participação de diversos membros da organização criminosa, incluindo Carlos Rocha e Éder Balbino, com quem Valdemar mantinha contato direto”, destacou a PF na época.
No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que não há provas suficientes para denunciar o dirigente do PL. No entanto, a PGR ressaltou que a ausência do nome de Valdemar na denúncia não implica arquivamento definitivo do caso e que novas provas podem levar à retomada das investigações contra ele.
Outros nomes também ficaram de fora da denúncia, como o jurista Amauri Feres Saad, apontado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como responsável por apresentar uma minuta golpista a Bolsonaro, e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que teria participado das reuniões do grupo. Além deles, o ex-assessor presidencial Tércio Arnaud Tomaz, suspeito de integrar o chamado “gabinete do ódio” e auxiliar na disseminação de notícias falsas, também não foi incluído na peça da PGR.
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Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal.