Valdemar Costa Neto escapa de denúncia da PGR em inquérito sobre tentativa de golpe

Apesar de ter sido indiciado pela PF, líder do PL não foi mencionado na acusação enviada ao STF

Marina Verenicz

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fala com a imprensa no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fala com a imprensa no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ficou de fora da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.

Embora tenha sido indiciado pela Polícia Federal no ano passado pelos crimes de associação criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, o dirigente partidário não foi mencionado no documento de 272 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o relatório da PF, Valdemar teria atuado “de forma coordenada” para manter Bolsonaro no poder, mesmo sabendo que as alegações de fraude eleitoral eram infundadas. O indiciamento apontava que ele participou da elaboração de um parecer apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que questionava a lisura das urnas eletrônicas. O documento, contudo, não havia embasamento técnico e foi rejeitado pela Corte eleitoral.

“Essa representação foi elaborada com a participação de diversos membros da organização criminosa, incluindo Carlos Rocha e Éder Balbino, com quem Valdemar mantinha contato direto”, destacou a PF na época.

No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que não há provas suficientes para denunciar o dirigente do PL. No entanto, a PGR ressaltou que a ausência do nome de Valdemar na denúncia não implica arquivamento definitivo do caso e que novas provas podem levar à retomada das investigações contra ele.

Outros nomes também ficaram de fora da denúncia, como o jurista Amauri Feres Saad, apontado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como responsável por apresentar uma minuta golpista a Bolsonaro, e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que teria participado das reuniões do grupo. Além deles, o ex-assessor presidencial Tércio Arnaud Tomaz, suspeito de integrar o chamado “gabinete do ódio” e auxiliar na disseminação de notícias falsas, também não foi incluído na peça da PGR.

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Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal.