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O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, decidiu suspender o pagamento dos salários de Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL) e de Marcelo Câmara, ex-assessor pessoal do ex-presidente. Braga Netto também foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro na eleição de 2022.
A informação foi publicada inicialmente no blog da jornalista Andréia Sadi, no g1. Assim como Bolsonaro, Braga Netto, Marcelo Câmara e Valdemar foram alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais.
O presidente do PL chegou a ser preso na operação. Ele era alvo de um mandado de busca e apreensão, mas acabou detido em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e levado à sede da PF, em Brasília. Três dias depois, foi liberado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Valdemar suspendeu o pagamento dos vencimentos a Braga Netto e Câmara devido à decisão de Moraes de proibir a comunicação entre investigados do inquérito. Segundo a prestação de contas do PL no ano passado, Braga Netto recebia um salário de R$ 28 mil e Marcelo Câmara, R$ 18 mil.
Só em 2023, o partido de Valdemar pagou três parcelas de R$ 24 mil e outras nove parcelas de R$ 28 mil ao general da reserva por “serviços técnico-profissionais”. Ao todo, o ex-ministro recebeu mais de R$ 386 mil, pois também foram pagos R$ 23 mil relativos a aluguel.
Depoimento à PF
Braga Netto, Marcelo Câmara, Valdemar e Bolsonaro estiveram entre os convocados pela PF para prestar depoimento ontem, quinta-feira (22), na sede da corporação em Brasília.
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O único a responder aos questionamentos dos agentes foi o presidente do PL, além do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, mas o teor dos depoimentos não foi revelado. Já Bolsonaro, Braga Netto e Câmara permaneceram em silêncio.
A estratégia de Bolsonaro, de se valer do seu direito de permanecer em silêncio diante dos investigadores, já havia sido antecipada pela sua defesa. Os advogados do ex-presidente tentaram por três vezes adiar o depoimento, mas em todos os casos o pedido foi rejeitado pelo STF.