‘Um trapalhão no Kremlin’, diz Moro sobre ida do Bolsonaro à Rússia

Presidente diz que vai à Rússia tratar de negócios, especialmente no setor agro, outra área cuja condução pelo governo o ex-juiz tem criticado

Anderson Figo

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Foto: Antonio Cruz/ Ag. Brasil)
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Foto: Antonio Cruz/ Ag. Brasil)

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O ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência nas Eleições 2022, criticou nesta segunda-feira (14) a ida de Jair Bolsonaro (PL) à Rússia. O presidente embarca para o país às 19h e tem uma agenda na quarta-feira com Vladimir Putin.

“Um trapalhão no Kremlin. Bolsonaro tem a incrível capacidade de estar no lugar errado e na hora errada. Sua inexplicável ida à Rússia neste momento nos antagoniza com todo o Ocidente e é mais um constrangimento para a diplomacia brasileira”, escreveu Moro no Twitter.

Na manhã de hoje, Bolsonaro disse a apoiadores na saída do Planalto que vai à Rússia porque o Brasil tem negócios a tratar com o país, especialmente no setor agropecuário.

O movimento tem sido criticado por diplomatas e cientistas políticos por causa da iminente invasão da Rússia na Ucrânia. Membros do governo também aconselharam o presidente a repensar a ideia de viajar para a Rússia neste momento, mas ele manteve seu plano.

“Temos agora a viagem a Rússia, sabendo do momento difícil que existe naquela região. Temos negócios com eles, comerciais. Em grande em parte nosso agronegócio depende de fertilizantes deles, temos assuntos para tratar sobre defesa, sobre energia, muita coisa para tratar. Somos um país soberano”, disse o presidente.

Poucas horas depois de chamar Bolsonaro de “trapalhão”, Moro postou no Twitter críticas exatamente ao setor agrícola brasileiro, num novo ataque mirando o pleito de outubro.

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“Cenário preocupante no agro. Além da elevação de custos, o governo suspendeu a liberação de financiamento, prejudicando agricultores em plena safra. Isso nunca havia ocorrido antes. Foi uma barbeiragem na política econômica, advinda da elevação da Selic”, escreveu o ex-juiz.

Bolsonaro parte para Moscou às 19h desta segunda e a previsão de chegada é no final da tarde de terça-feira, sem compromissos marcados.

O encontro com Putin está marcado para a manhã de quarta, dia 16, seguida de um almoço no Kremlin.

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À tarde, Bolsonaro tem um encontro com o presidente da câmara baixa do Parlamento russo, a Duma, e em seguida um encontro de empresários brasileiros e russos. No dia seguinte, pela manhã, parte para a Hungria.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.