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SÃO PAULO – Diante da posse do presidente Jair Bolsonaro, a The Economist voltou a destacar o Brasil em sua edição semanal, desta vez com duas matérias. Na primeira, a publicação repete o discurso que tem feito desde o ano passado, de que o presidente é um “perigoso populista”, mas ressalta também que ele tem “boas ideias”.
O texto começa lembrando da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, 16 anos atrás, quando ele disse que “finalmente, a esperança derrotou o medo”. A revista diz que o início daquele governo trouxe prosperidade, mas que os 13 anos no poder terminaram “em um pesadelo de depressão econômica e corrupção”, com o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão do próprio Lula.
“O medo e a raiva que isso causou levaram ao poder Jair Bolsonaro”, segue a publicação, dizendo que ele será “um tipo diferente de presidente”. A Economist define o presidente como um homem “ferozmente conservador socialmente, fã da ditadura militar do Brasil, confrontador onde a maioria dos seus predecessores era conciliadora”.
O texto diz que, apesar disso tudo, a população deposita a mesma esperança que teve em Lula agora em Bolsonaro, mas, “em muitos aspectos, essas esperanças parecem equivocadas”. A publicação afirma que os novos ministros de relações exteriores, educação, meio ambiente e direitos humanos “parecem propensos a fazer mais mal do que bem”.
“No entanto, em algumas áreas, ele adota ideias sensatas. Em particular, se ele quer dizer o que fala sobre a economia e puder colocar suas políticas em prática, ele pode acabar levantando a fortuna do Brasil”.
Apesar de não ser um liberal, Bolsonaro colocou um economista desta linha para comandar a recuperação do País. Paulo Guedes quer desregulamentar, simplificar o código tributário que esmaga as empresas, privatizar as estatais e reduzir o enorme déficit orçamentário que assola o Brasil, destaca a matéria, ressaltando a necessidade da reforma da Previdência.
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O texto conclui dizendo que se “Bolsonaro conseguir reformar a economia e limpar o Brasil, ele poderá liberar o potencial de seu país, há muito desperdiçado. Nada daria mais prazer à The Economist”.
“Mas para isso ele deve terminar sua carreira como provocador e se tornar um estadista. Ele deve desistir de ter apenas um respeito seletivo pela lei. E ele deve deixar de ser indiferente à reforma previdenciária, a política mais importante de seu governo, e dar-lhe o apoio total”, conclui.
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O que fazer com o incendiário novo presidente?
Em outro artigo, a revista destaca que nenhum outro presidente brasileiro chegou ao Planalto com tantos inimigos como Bolsonaro conseguiu ao disparar suas ofensas. “O ex-capitão louva a ditadura militar e já insultou gays, negros e mulheres”, afirma.
“Diante de pontos de vista incompatíveis, a equipe de Bolsonaro já começou a discutir entre si. Enquanto o presidente faz questão de transferir a embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém (como fez Trump), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, teme que os países muçulmanos punam o Brasil comprando menos carne bovina”, diz a Economist.
Assim como no outro texto, a revista afirma que as esperanças de Bolsonaro ser um presidente transformador irá depender “de sua capacidade de unir pragmatismo e reforma econômica”. “Chegar a essas mudanças exigirá sabedoria e talento para gestão política. Pouco do passado de Bolsonaro sugere que ele possui qualquer uma dessas qualidades”, encerra a publicação.
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