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Negociadores da União Europeia e do Mercosul se reuniram no Brasil na terça e quarta-feira (3 e 4) para tentar conciliar suas diferentes posições e concluir um acordo comercial que vem sendo trabalhado há duas décadas, disseram três fontes diplomáticas à Reuters.
O acordo está suspenso desde 2019, em grande parte devido a preocupações europeias com o desmatamento da Amazônia e à demora do Mercosul em se posicionar sobre um adendo da UE que propõe salvaguardas ambientais.
“Estamos em uma fase intensa de negociações em que tentaremos mesclar os documentos de ambos os lados”, disse um diplomata.
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Após dois dias de conversações, os negociadores concordaram em continuar trabalhando em um ritmo mais rápido, disse uma autoridade brasileira.
“Novas rodadas estão programadas semanalmente, por meio de videoconferências e reuniões presenciais, e então os negociadores-chefes se reunirão em Brasília no dia 30 de outubro para fazer um balanço do progresso alcançado”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A União Europeia aguardava desde março por uma resposta do Mercosul para anexar compromissos de sustentabilidade e mudanças climáticas ao acordo firmado em 2019 com o bloco sul-americano formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
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O Mercosul acabou apresentando uma contraproposta de uma página que foi a base para as discussões desta semana em Brasília, disseram dois diplomatas europeus que pediram anonimato.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou o adendo proposto pela UE depois de se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em junho, mas ambos os líderes disseram esperar que o acordo pudesse ser concluído até o final do ano.
O desmatamento da floresta amazônica diminuiu rapidamente desde que Lula assumiu o cargo em janeiro, segundo dados preliminares do governo, revertendo o aumento da destruição durante o governo de seu antecessor de direita, Jair Bolsonaro.
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O Brasil, atual presidente pro tempore do Mercosul, não gostou das salvaguardas ambientais apresentadas pela UE.
“O adendo está cheio de imposições, mas nenhuma palavra sobre o custo de preservar esse patrimônio ambiental”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, à Reuters.
Ele disse que a UE é um mercado importante para o Brasil, mas alertou que outros mercados estão se abrindo na Ásia e no Oriente Médio, com menos restrições.