Trump lança aplicativo para “autodeportação” de imigrantes ilegais

O governo dos EUA criou o CBP Home, um aplicativo para permitir que imigrantes em situação irregular se "autodeportem", alinhado com a política de tolerância zero de Trump

Marina Verenicz

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou nesta segunda-feira (10) um aplicativo chamado CBP Home, destinado à “autodeportação” de migrantes em situação irregular.

A ferramenta foi criada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) e está alinhada com a política migratória do presidente republicano, que adota uma postura de “tolerância zero” em relação à imigrantes ilegais.

A proposta do aplicativo é permitir que estrangeiros que se encontram ilegalmente no país ou cujas permissões de permanência temporária (conhecidas como “parole”) tenham sido revogadas, comuniquem sua intenção de deixar os Estados Unidos.

O DHS defende que a “autodeportação” é uma opção mais segura para os migrantes, ao mesmo tempo, em que preserva os recursos das forças de segurança. O comunicado do departamento afirma que a medida também economiza dinheiro dos contribuintes americanos e recursos das agências de imigração, permitindo que se concentrem em “estrangeiros criminosos perigosos”.

Além do lançamento do aplicativo CBP Home, Trump revogou por decreto o uso do aplicativo CBP One, criado pelo governo do ex-presidente Joe Biden para permitir que solicitantes de asilo agendassem sua entrada legal no país. O CBP One será atualizado automaticamente para o CBP Home, disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos móveis.

Kristi Noem, secretária do DHS, declarou: “O aplicativo CBP Home dá aos estrangeiros a opção de sair agora e se autodeportar, para que ainda possam ter a chance de retornar legalmente no futuro e viver o sonho americano.” Noem também alertou: “Se não o fizerem, nós os encontraremos, os deportaremos e eles nunca mais voltarão.”

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Embora Trump tenha reforçado sua postura agressiva em relação à imigração ilegal, vários meios de comunicação nos EUA reportam que o ritmo das expulsões não tem avançado tão rapidamente quanto o esperado.

Em resposta a essas dificuldades, o governo começou a submeter alguns funcionários do DHS a detectores de mentiras para verificar se vazaram informações sobre as operações de captura.