Tesouro dos EUA impõe sanções a homem acusado de lavar dinheiro para PCC

Preso lavou R$ 1,2 bilhão para o PCC, segundo a Justiça brasileira; ele foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, por tráfico, em novembro de 2022

Reuters

Prédio do Tesouro dos EUA em Washington (Samuel Corum/Bloomberg)
Prédio do Tesouro dos EUA em Washington (Samuel Corum/Bloomberg)

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O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (14) a imposição de sanções a um homem apontado como responsável por lavar dinheiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), originada em São Paulo e que atua dentro e fora do Brasil.

Segundo o Tesouro americano, Diego Macedo Gonçalves do Carmo é um “operador-chave” do PCC, responsável pela lavagem de “centenas de milhões de dólares”, e a organização criminosa é classificada pelas autoridades dos EUA como “a mais notória organização criminosa do Brasil e uma das maiores da América Latina”.

“Com uma extensa rede ao redor da América Latina, assim como uma presença global em expansão, o PCC representa uma das mais significativas organizações de tráfico de narcóticos na região”, afirmou o subsecretário do Tesouro dos EUA para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian E. Nelson, de acordo com comunicado do órgão.

Os Estados Unidos permanecerão ao lado do Brasil e de outros parceiros na região em nossos esforços para conter a capacidade do PCC de operar, incluindo sua habilidade de lavar recursos ilícitos no sistema financeiro global”, diz o comunicado. O documento também destaca que a medida anunciada nesta quinta não teria ocorrido sem o apoio das autoridades brasileiras.

Lavagem de dinheiro

Gonçalves lavou R$ 1,2 bilhão para o PCC, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, por tráfico de drogas, em novembro de 2022.

Mesmo preso, Gonçalves permaneceu ativo no PCC e dando ordens da cadeia, segundo o comunicado do Tesouro dos EUA. A autoridade americana também destaca que ele foi apontado como um dos envolvidos no assalto a uma agência do Banco do Brasil (BBAS3) em Uberaba (MG), em 2019.

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Pelas sanções impostas, todas as propriedades e interesses em propriedades de Gonçalves, que estejam nos EUA ou no controle de cidadãos norte-americanos, devem ser bloqueados e relatados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro americano.

As sanções também impedem quaisquer transações de cidadãos norte-americanos, de pessoas residentes ou de pessoas que estejam em trânsito pelos EUA, envolvendo as propriedades ou interesses ligados a Gonçalves, sob pena de punições cíveis e criminais.