Tebet diz que Lula determinou compromisso de governo não gastar mais do que arrecada

Falando durante entrevista ao programa "Bom dia, Ministra", no CanalGov, ministra ainda afirmou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 será votada no Congresso entre agosto e setembro

Equipe InfoMoney

Audiência Pública - Apresentação e debate sobre o PPA 2024-2027. Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Apresentação e debate sobre o PPA 2024-2027. Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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(Reuters) – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quinta-feira que o governo tem o compromisso, determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de não gastar mais do que arrecada, acrescentando que tal premissa vai se refletir no Orçamento do próximo ano, que está sendo elaborado pela equipe econômica.

Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministra”, no CanalGov, Tebet reconheceu que a elaboração do Orçamento de 2025 demanda uma “ginástica um pouco difícil”, ao mesmo tempo em que assegurou que a peça orçamentária será equilibrada.

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“É uma ginástica e é uma ginástica um pouco difícil, porque é uma conta matemática que parece ser simples, mas não é. É uma equação onde receita menos despesa tem que dar igual a zero”, disse a ministra.

“Nós temos um compromisso com o país, por determinação do presidente e da equipe econômica, de não gastar mais do que arrecada, então o nosso Orçamento do ano que vem tem que trazer as despesas necessárias para atender todas as demandas do Brasil, mas elas não podem passar daquilo que arrecadamos, porque o Brasil não pode seguir devendo, porque isso tem impacto muito grande na vida das pessoas.”

Na entrevista, a ministra pontuou que anos seguidos de déficit acabam por impactar nas taxas de juros, na inflação e na cotação do dólar ante ao real, o que acaba gerando aumento de preços para a população.

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Tebet terá nesta quinta uma reunião com o presidente Lula e com outros ministros da área econômica, entre eles o titular da Fazenda, Fernando Haddad. Na segunda-feira, o governo vai divulgar seu relatório de receitas e despesas, quando deve ser anunciada uma decisão sobre possível contingenciamento de recursos com vistas a cumprir a meta prevista no arcabouço fiscal de zerar o déficit neste ano.

Já nesta quinta, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulga às 16h novas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação. Em maio, a estimativa era de crescimento econômico de 2,5% para este ano, com alta do IPCA de 3,70%.

A atualização oficial dos dados elaborados pela SPE serve como base para que o governo revise a estimativa para a trajetória de suas receitas e despesas e projete se deve cumprir as regras fiscais para o ano, já que o desempenho da economia influencia a arrecadação de impostos. A avaliação é feita a cada dois meses.

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Agentes do mercado financeiro têm expressado preocupações com o compromisso de Lula com a responsabilidade fiscal, após interpretarem comentários recentes do presidente como sinal de falta de cuidado com as contas públicas, o que chegou a pesar sobre a precificação dos ativos brasileiros.

Na entrevista, a ministra também foi perguntada sobre a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que não será apreciada pelo Congresso Nacional antes do recesso parlamentar de meio de ano, e não mostrou preocupação com a tramitação da proposta.

“Estamos tranquilos, a LDO foi muito bem elaborada por diversas mãos”, disse. “Então a LDO será votada entre agosto e setembro, sem nenhum problema.”

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A ministra também procurou mostrar otimismo com a economia brasileira e disse que o PIB crescerá pelo menos 2,5% neste ano.

“Acreditem no Brasil. O Brasil está dando certo, o Brasil vai certo, os números estão aí. Às vezes você tem um número ruim, (mas) você tem 10 números bons. Desemprego caindo, carteira de trabalho assinada, inflação em baixa”, disse;

“A gente só tem números positivos. E o PIB. O PIB do Brasil vai crescer pelo menos 2,5%, e quando o PIB cresce, tudo melhora na vida das pessoas”, avaliou.