Tarcísio garante permanência de secretário de Segurança após PM jogar homem de ponte

De acordo com dados do Ministério Público, as mortes em abordagens da Polícia Militar de São Paulo aumentaram 46% até o dia 17 de novembro deste ano, na comparação com 2023

Fábio Matos

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), garantiu que o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, permanecerá no cargo, mesmo após uma série de denúncias envolvendo casos de abuso e violência de policiais militares. 

Tarcísio teve de falar sobre o assunto ao ser questionado por jornalistas na chegada à Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (4), em Brasília (DF). O governador paulista recebeu uma condecoração de parlamentares. 

Indagado sobre recentes casos de violência policial em São Paulo, Tarcísio se negou a falar a respeito de episódios específicos. Ao ser perguntado se Derrite corria risco no cargo, o governador assegurou que não pretende demiti-lo. 

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“Olhem os números. Vocês vão ver que [ele] está fazendo um bom trabalho”, afirmou Tarcísio. 

Questionado, então, sobre quais seriam esses números, Tarcísio se limitou a dizer que eram “estatísticas criminais”, mas não deu maiores explicações. 

O governador de São Paulo, que é apontado como potencial candidato à Presidência da República nas eleições de 2026 ou 2030, foi perguntado sobre o caso do policial militar que jogou um homem de cima de uma ponte durante uma abordagem. O caso ocorreu no bairro de Vila Clara, na zona sul da capital paulista, na madrugada de segunda-feira (2).

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“A pessoa saiu com ferimentos leves. O que aconteceu foi muito ruim, vamos tomar providências”, disse Tarcísio.

Outro caso rumoroso aconteceu em novembro, quando um policial militar executou um jovem em frente a um mercado no Jardim Prudência, zona sul de São Paulo. A vítima foi acusada de roubar pacotes de sabão do estabelecimento.

Letalidade policial aumenta em SP 

De acordo com dados do Ministério Público, as mortes em abordagens da Polícia Militar de São Paulo aumentaram 46% até o dia 17 de novembro deste ano, na comparação com 2023. 

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Entre janeiro e novembro, 673 pessoas foram mortas por PMs, ante 460 do mesmo período do ano anterior. Dessas mortes, 577 foram praticadas por policiais em serviço, enquanto 96 foram por policiais que estavam de folga. 

Tarcísio defende a PM

Na terça-feira (3), em uma publicação em sua conta oficial no X (antigo Twitter), Tarcísio de Freitas defendeu a Polícia Militar paulista. 

“A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua para enfrentar o crime e para fazer com que as pessoas se sintam seguras”, escreveu o governador. 

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“Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve.”

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”