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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu contrariar a posição do seu mentor político Jair Bolsonaro e buscou apoio do PL, partido do ex-presidente, para aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, de acordo com relatos de duas fontes com conhecimento direto das tratativas.
Tarcísio reuniu-se na manhã desta quarta-feira com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e deputados e senadores do partido na sede da legenda, em Brasília, para defender a aprovação da reforma, disseram as fontes à Reuters. Mais cedo, ele esteve também com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e se manifestou publicamente a favor do projeto.
O governador paulista deve se reunir com o próprio Bolsonaro na quinta-feira para pedir apoio à reforma, segundo uma fonte ligada ao chefe do Executivo estadual. A assessoria do ex-presidente não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
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Presidente de honra do PL, Bolsonaro tem se posicionado firmemente contra a reforma tributária em tramitação na Câmara e chegou a falar em uma postagem nas redes sociais que a legenda — que detém a maior bancada na Câmara dos Deputados — vai se posicionar totalmente contra a proposta.
“Do exposto, o presidente do Partido Liberal (Valdemar Costa Neto) e seu líder na Câmara dos Deputados (Altineu Lopes) encaminharão, junto aos seus 99 deputados, pela rejeição total da PEC da Reforma Tributária”, postou ele no Twitter, na terça-feira. Quando um partido decide fechar questão todos os parlamentares têm de seguir a orientação da cúpula, sob pena de punição.
A movimentação de Tarcísio ocorre dias após Bolsonaro ter sofrido a pior derrota na carreira política dele ao ter sido tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O governador paulista é apontado como um dos principais beneficiários do espólio político do ex-presidente e potencial candidato à sucessão presidencial em 2026.
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O ex-presidente tem tentado se manter politicamente ativo desde então e encontrou no combate à reforma tributária uma possível plataforma, afirmando que essa seria a “reforma do PT” e que seria um “soco no estômago dos mais pobres”.
No encontro com Valdemar nesta quarta, o governador paulista falou da importância de o PL apoiar a reforma e considerou que houve bastante recepção por parte do presidente da legenda, segundo fonte ligada a ele. Tarcísio acredita que no encontro com Bolsonaro também será possível conquistar apoio, uma vez que o próprio governo passado propôs uma reforma tributária.
Pela manhã, após se reunir com Haddad, Tarcísio disse que seu Estado concorda com “95%” da proposta de reforma tributária que tramita na Câmara e que os pontos de divergências são pontuais e “fáceis de serem ajustados”. Disse ainda que São Paulo será “um parceiro” na aprovação da reforma.
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“Acho que está muito fácil construir entendimento, São Paulo vai ser um parceiro no debate, na aprovação da reforma tributária. Nós estamos aqui para isso, para gerar convencimento. A gente sabe que a reforma tributária é extremamente importante para o Brasil”, disse Tarcísio aos jornalistas.
O governador citou como tema principal de negociações o Conselho Federativo, que centralizará a arrecadação pelo texto que está sendo discutido. Tarcísio disse que tem buscado formas de incluir na proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma mecanismos para melhorar a governança deste órgão.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem atuado junto a Tarcísio, outros governadores, partidos e setores econômicos para garantir apoio suficiente para votar e aprovar a reforma tributária, proposta discutida há décadas no Congresso e que poderia se tornar o seu principal legado à frente do cargo. Lira quer votar o texto ainda nesta semana.