Tabata e Marçal cobram Nunes por mudança de posição sobre passaporte da vacina em SP

Em entrevista recente, Nunes disse que a atual gestão errou ao exigir apresentação de um documento que comprovasse a vacinação contra a Covid-19, no auge da pandemia. Nunes era vice de Bruno Covas (PSDB)

Fábio Matos

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)
Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)

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Logo no início do debate desta segunda-feira (30), promovido por UOL e Folha de S.Paulo, com alguns dos principais candidatos à prefeitura da capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi cobrado por adversários sobre sua mudança de posição em relação à exigência do chamado “passaporte da vacina”.

Em entrevista recente, Nunes disse que a atual gestão errou ao exigir dos cidadãos a apresentação de um documento que comprovasse a vacinação contra a Covid-19, no auge da pandemia. Nunes era vice de Bruno Covas (PSDB), que morreu em 2021.

“A pandemia foi uma grande tragédia que afetou todos nós. O Brasil deu muito azar de ter um presidente da República [Jair Bolsonaro] extremamente ideológico que fez com que a vacinação da população fosse atrasada”, apontou Tabata Amaral (PSB).  

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“São Paulo deu sorte porque, naquela época, o nosso prefeito era Bruno Covas, que teve coragem e independência. Infelizmente, Bruno Covas não está mais aqui e eu fui pega de surpresa quando vi o Ricardo Nunes, que está em busca do apoio de Bolsonaro, mudar de ideia e dizer que é contra o passaporte da vacina”, criticou a candidata do PSB.  

“Dá para confiar em pessoas que estão constantemente mudando suas posições para tentar lhe convencer, fazendo cálculo eleitoral?”, questionou Tabata.

Na sequência, Pablo Marçal (PRTB) também usou a palavra para criticar a mudança de comportamento de Nunes.

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“Essa mudança da postura do Ricardo Nunes foi nas últimas semanas porque deputados federais cobraram isso dele e ele ignorou esses deputados”, afirmou.

“Muitos dos que estão mudando não estão mudando porque aprenderam, mas porque começaram a despencar na pesquisa eleitoral”, observou Marçal.

Em sua defesa, o prefeito de São Paulo disse que é necessário ter “humildade” para reconhecer erros.

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“A pandemia começou já faz 5 anos. Em todo o processo, você vai aprendendo e não há problema nenhum em ter humildade para ir ajustando”, afirmou Nunes.

“Ninguém acerta em tudo. Não existe mudança de posicionamento. Bruno e eu fizermos uma grande ação durante a pandemia. A única questão é que hoje eu vejo que não tem sentido você usar o passaporte para entrar em uma igreja ou em um restaurante”, justificou o prefeito.

“Banco de tempo”

O debate do UOL e da Folha de S.Paulo é o 10º realizado desde o início da campanha eleitoral deste ano em São Paulo. Segundo o formato do programa, os candidatos têm à sua disposição um “banco de tempo” de 20 minutos para utilizar ao longo do debate – e podem comentar as respostas dos adversários a qualquer momento.

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Participam do programa Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB), os quatro primeiros colocados nas últimas pesquisas de intenção de voto.

Maratona de debates

Após o encontro promovido por Folha e UOL, nesta segunda, ainda está programado mais um debate na campanha eleitoral em São Paulo. Com isso, o primeiro turno da disputa municipal terminará com 11 debates realizados.

Nesta semana, a última antes do primeiro turno, haverá ainda o debate da TV Globo, na quinta-feira (3), a partir das 22 horas. A eleição acontece no dia 6.

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No segundo turno, até o momento, quatro debates estão marcados (veja lista abaixo).

Veja quando serão os próximos debates em São Paulo:

1º turno

2º turno

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”