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A noite em que a oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve uma de suas maiores vitórias sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi marcada por alguns votos surpreendentes durante a sessão conjunta do Congresso Nacional – com Câmara dos Deputados e Senado – que analisou os vetos presidenciais.
Entre as maiores surpresas, estão os votos do senador Fabiano Contarato (PT-ES) e da deputada Maria do Rosário (PT-RS), que foram contrários ao veto de Lula às saídas temporárias dos presos. Os dois parlamentares petistas optaram por derrubar o veto e retomar a proibição às chamadas “saidinhas”.
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Ex-delegado da Polícia Civil, Contarato já havia anunciado antecipadamente que votaria pela derrubada do veto de Lula sobre as “saidinhas”. Maria do Rosário, por sua vez, é pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre (RS) e, embora ainda não tenha se manifestado sobre os motivos de seu voto, pode ter tentado fazer um aceno a uma grande parte do eleitorado da capital gaúcha, considerada mais conservadora.
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Além dos dois “dissidentes” no PT, a pré-candidata do PSB à prefeitura de São Paulo (SP), Tabata Amaral, também votou pela retomada da proibição às “saidinhas” dos presos. A parlamentar faz parte da base de apoio do governo Lula na Câmara.
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Entre os demais postulantes à prefeitura da capital paulista, apenas o deputado Guilherme Boulos (PSOL) votou pela manutenção do veto de Lula – ou seja, pela liberação das “saidinhas”. O deputado Kim Kataguiri (União Brasil), assim como Tabata, optou por derrubar o veto presidencial.
Além de Maria do Rosário e Tabata, outros membros da base aliada do governo na Câmara foram contrários à posição de Lula, como os deputados Duarte Júnior (PSB-MA) e Lucas Ramos (PSB-PE).
Aécio com Lula
Por outro lado, surpreendentemente, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), uma das principais lideranças de oposição ao governo Lula na Câmara, acompanhou o presidente da República e votou pela manutenção do veto, liberando as “saidinhas”.
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Também no PSDB, votaram com Lula os deputados Paulo Abi-Ackel (MG) e Geraldo Resende (MS).
“Não votei contra Lula, a favor de Lula, a favor de Bolsonaro ou contra Bolsonaro. Voto nas teses. Eu fui governador e sei o quanto a ‘saidinha’ funciona como instrumento de ressocialização. Já existem restrições grandes a ela e, nos casos previstos, é um estímulo para essa ressocialização”, justificou Aécio.