Tabata compara Marçal a “jogo do tigrinho” em debate entre candidatos no SBT

Deputada compara adversário a jogo de azar por apresentar "promessas fáceis" que atraem eleitores desiludidos

Marcos Mortari

Tabata Amaral, candidata do PSB à prefeitura de São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)
Tabata Amaral, candidata do PSB à prefeitura de São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)

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No 7º debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo (SP), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) comparou o influenciador Pablo Marçal (PRTB) ao “jogo do tigrinho” por apresentar o que ela chamou de “promessas fáceis” que iludem os eleitores.

“Pablo Marçal é como o jogo do tigrinho: promessas fáceis que podem até atrair quem está desiludido, mas que lascam com a vida da maioria das pessoas”, afirmou a parlamentar, nesta sexta-feira (20), em debate realizado por SBT, Terra e Nova Brasil FM.

“Quanta gente não fez os cursos dele, em que ele promete tudo isso e agora o processam? O que ele fez em Angola é de partir o coração. Os processos que ele responde, os golpes que ele deu na quadrilha”, prosseguiu a candidata.

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O país africano é citado com frequência em vídeos por Marçal sobre sua atuação em projeto de desfavelização da comunidade rural de Camizungo, a 44 quilômetros da capital Luanda. Apesar das propagandas, apenas 42 das 300 residências prometidas foram entregues. Além disso, a promessa teria gerado um aumento no fluxo de famílias para a região com a esperança de serem atendidas pelo programa.

A ideia do projeto era que Marçal ergueria novas habitações, por meio de mutirões, e financiamento se daria a partir de doações e a promoção de leilões online. Há apontamentos de que parte significativa dos recursos arrecadados não foram enviados para a construção das casas em Angola.

Leia também: Marçal ensaia tom moderado em debate: “Quero pedir perdão a todo eleitor paulistano”

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Em sua resposta às falas de Tabata, Marçal enfatizou sua trajetória em família humilde e disse que prosperou de forma honesta. O influenciador também pediu desculpas aos eleitores pelo comportamento adotado nos debates anteriores e disse que a campanha começa, de fato, agora (faltam 16 dias para o primeiro turno) e que, por meio de sua contribuição nos debates, a população paulistana teve a oportunidade de conhecer verdadeiramente os principais candidatos à prefeitura de São Paulo.

“Quero dar os parabéns para a Tabata, porque ela começou a baixar o nível do debate”, disse. “E, aproveitando essa oportunidade, eu quero pedir perdão para todo eleitor paulistano, porque a minha tentativa, até o último debate, a campanha começa para valer agora, foi expor o caráter de cada um. De alguém que precisa de internação psiquiátrica, de outro que tem perfil ditatorial, de alguém que tem boletim de ocorrência em relação a violência doméstica… Você viu. Não adianta ouvir propostas de 10 candidatos, sendo que eles não são viáveis emocionalmente, espiritualmente, fisicamente.”

O embate marcou a primeira participação tanto de Tabata quanto de Marçal no debate. O tema estabelecido foi Educação e a parlamentar buscou enfatizar a construção do programa “Pé-de-Meia”, que ela reivindica autoria. O benefício, lançado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após aprovação do Congresso Nacional, funciona como uma poupança para estimular jovens beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) a permanecerem e concluírem o Ensino Médio.

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Marçal chegou a parabenizar a iniciativa da adversária e aproveitou para apresentar 5 ideias de seu programa de governo na área. O influenciador defendeu transformar a escola pública de São Paulo em “escola olímpica”, para incentivar a prática de esportes e a participação de jovens em competições. Ele também se comprometeu a introduzir uma disciplina de educação financeira para crianças e adolescentes, assim como o que ele chamou de “profissões do futuro”, tecnologia e “empresarização”.

O início do primeiro bloco do debate foi marcado por tom mais morno entre os candidatos e “dobradinhas” ─ uma entre o deputado Guilherme Boulos (PSOL) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB), sobre segurança pública, e outra entre o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a economista Marina Helena Santos (Novo), sobre zeladoria. Nesta etapa, propostas ganharam mais espaço do que em outros embates.

O início do debate também teve o primeiro embate entre Nunes e Boulos ─ os dois candidatos que dividem a liderança da disputa em empate técnico, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (19).

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.