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O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se reuniu nesta quarta-feira, 20, com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para pedir que o governo reconsidere a desoneração da folha de pagamento que está para ser votada na Câmara como um projeto de lei (PL). De acordo com Skaf, a proposta que o setor fez ao governo é a de que a indústria de transformação não tenha alteração de alíquotas pois, segundo ele, o setor já contribuiu com o ajuste fiscal após a elevação das alíquotas do Reintegra.
Depois de entregar estudos ao ministro da Fazenda, Skaf pediu que as alíquotas do setor não fossem alteradas e que os outros segmentos atingidos pela alteração na medida tenham alíquotas em um patamar intermediário. “Eu proponho que a desoneração continue sendo linear, mas não aceito alteração na alíquota da indústria. O setor tem de continuar em 1%”, afirmou. Skaf também descartou que o setor produtivo de São Paulo aceite um escalonamento de alíquotas para o PL. “Eu falo pela indústria de São Paulo e ninguém falou de escalonamento, nem o Levy mencionou essa possibilidade”, reiterou.
Segundo o presidente da Fiesp, o problema do País é que o governo gasta mais do que deve pois a arrecadação é elevada. “Todo mundo paga muito, o problema é que o governo gasta demais. Não se pode ameaçar a indústria com aumento de imposto, pois a reação será forte”. Para Skaf, a indústria de transformação é responsável apenas por R$ 9 bilhões dos R$ 25 bilhões que o governo federal diz contribuir com o setor. As contas do segmento indicam que o governo contribui com R$ 4 bilhões, já que com o aumento das alíquotas do Reintegra e o imposto sobre a exportação somam R$ 5 bilhões de receita.
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Inconclusivo
Skaf afirmou que o ministro não comentou a proposta levada por ele, ouviu muito mais do que falou durante a reunião e que o encontro acabou sem uma conclusão. “Eu não esperava uma decisão hoje, mas, realmente, a reunião não foi conclusiva”. Skaf afirmou que a única opinião comum do encontro é que a medida tomada será linear. “Nós não teremos 3 ou 4 setores privilegiados pela medida”.
O presidente da Fiesp reiterou, durante a conversa, a situação vivida pela indústria no momento e ressaltou que o único fator que tem ajudado o setor é o dólar a R$ 3. “Assim o câmbio fica mais realista, mas sofremos com a falta de crédito e de infraestrutura e com a inadimplência no setor”.