Senado aprova preferência para veículos movidos a biocombustível ou hidrogênio

O texto do senador Fernando Farias (MDB-AL) recebeu relatório favorável do senador Fernando Dueire (MDB-PE) e segue da Comissão de Assuntos Econômicos para a Comissão de Infraestrutura do Senado

Agência Senado

Fernando Dueire e Fernando Farias, relator e autor, respectivamente, do projeto que dá preferência a veículos movidos a biocombustíveis ou hidrogênio nas compras feitas por meio de licitações públicas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Fernando Dueire e Fernando Farias, relator e autor, respectivamente, do projeto que dá preferência a veículos movidos a biocombustíveis ou hidrogênio nas compras feitas por meio de licitações públicas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (9), o Projeto de Lei (PL) 1.086/2024, que dá preferência a veículos movidos a biocombustíveis ou hidrogênio nas compras e locações feitas por meio de licitações públicas.

O texto do senador Fernando Farias (MDB-AL) recebeu relatório favorável do senador Fernando Dueire (MDB-PE) e segue para a Comissão de Infraestrutura (CI).

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Além da compra ou locação de veículos sustentáveis, o projeto prevê preferência para a aquisição de biocombustíveis ou de hidrogênio de baixa emissão de carbono para abastecer a frota pública. O PL 1.086/2024 altera a Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei 14.133, de 2021).

De acordo com o texto, as licitações públicas devem estabelecer uma margem de preferência para veículos flex-fuel (que funcionam com mais de um tipo de combustível) ou exclusivamente movidos a biocombustível ou hidrogênio. Essa margem pode variar de 10% a 20%, de acordo com regulamento.

Para a compra de combustíveis, a margem de preferência deve considerar a densidade energética dos combustíveis automotivos. Quanto mais alta a densidade, mais energia pode ser armazenada ou transportada pelo mesmo volume de combustível.

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O senador Fernando Farias, autor da proposição, explica que o objetivo é incentivar o uso dos biocombustíveis limpos e sustentáveis. Para ele, o incentivo à transição energética “vai além da eletrificação pura dos motores”.

“De nada adianta rodar com um carro 100% elétrico se não houver preocupação com a geração sustentável de eletricidade nem com os materiais e a energia utilizados na fabricação das baterias. As baterias utilizam produtos químicos altamente tóxicos, podendo contaminar as águas subterrâneas. Temos que ter cautela na eletrificação da frota de automóveis”, argumenta o parlamentar, na justificativa do projeto.

Incentivo ao etanol

O relatório do senador Fernando Dueire sugere a aprovação do texto original, sem alterações. Para ele, o PL 1.086/2024 assegura “evidente incentivo à indústria de biocombustíveis”, especialmente a do etanol.

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“Os veículos movidos a hidrogênio ainda se encontram em fase de testes, sem previsão no curto prazo de se tornar realidade. Ao dispor sobre processos licitatórios destinados à aquisição de combustíveis, (o projeto) confere incentivo sobretudo aos biocombustíveis. Em vários países, inclusive no Brasil, o etanol é misturado à gasolina em diferentes proporções para criar uma mistura que ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a diminuir a dependência de combustíveis fósseis”, disse Dueire.

Compostáveis

Além da prioridade para a compra de veículos e combustíveis sustentáveis, o projeto altera outro ponto da Lei de Licitações e Contratos Administrativos. A redação em vigor prevê margens de preferência nas licitações públicas para “bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis”. O projeto inclui nesse rol os bens “compostáveis ou eficientes no uso de energia, água ou materiais, ou os que atendam aos critérios de sustentabilidade”.

Um material compostável é aquele que pode ser biodegradado a partir da intervenção humana. Um exemplo de compostagem é o fornecimento de água, oxigênio e matéria orgânica para otimizar a decomposição de um material por micro-organismos.