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Na véspera da manifestação de 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), convocada por seus aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a subir o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em um ato político na cidade de Juiz de Fora (MG), onde foi alvo de um ataque em 6 de setembro de 2018, quando levou uma facada e ficou entre a vida e a morte, Bolsonaro conclamou seus simpatizantes a participarem do evento na capital paulista e se voltarem contra o “sistema”.
“Vamos desafiar o sistema. Eu comecei a abrir suas vísceras exatamente há seis anos”, disse o ex-presidente da República.
“Aquele ministro do STF [Moraes] não dá mais. Ele não tem sensibilidade, não tem noção, age como um obcecado para perseguir a minha pessoa”, disparou Bolsonaro, para delírio do público de apoiadores na cidade mineira.
Bolsonaro participou de um comício da campanha do ex-deputado Charlles Evangelista (PL), que é candidato a prefeito de Juiz de Fora.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, também atacou Moraes em discurso e pediu o impeachment do ministro do Supremo. Cabe ao Senado Federal analisar eventuais impedimentos de magistrados da Corte.
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“Não tenho obsessão pelo poder. Tenho paixão pelo meu Brasil. Quando eu saí daqui [do Brasil], em 30 de dezembro de 2022, algo me aconselhou a agir daquela maneira [Bolsonaro foi para os Estados Unidos]. Eu pressentia que algo estava para acontecer”, afirmou o ex-presidente.
“Se eu tivesse ficado aqui, no dia 8 de janeiro [de 2023] teria sido preso e até hoje estava preso. Ou já estaria morto, porque o sistema não me quer preso, me quer sem vida, me quer morto”, prosseguiu Bolsonaro.
“Nós mostramos para o Brasil o que é o Poder Executivo, o que é o Legislativo e o que é o Supremo Tribunal Federal. Mostramos onde está o problema” disse, em um pronunciamento que durou cerca de 15 minutos.
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“Ditador”
Sem citar expressamente o nome de Moraes, Bolsonaro deu a entender que considera o ministro do Supremo um “ditador”.
O ex-presidente mencionou reportagens publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo dando conta de supostas irregularidades na atuação de Moraes à frente dos inquéritos envolvendo bolsonaristas no STF.
As reportagens revelam que Moraes teria usado métodos “informais” para obter provas que incriminassem Bolsonaro e aliados. O jornal teve acesso a mais de 6 gigabytes de arquivos e diálogos por mensagens, trocadas de forma não oficial, que revelariam um fluxo fora do rito tradicional envolvendo o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para abastecer o chamado inquérito das “fake news”.
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A recente decisão de Moraes de suspender o funcionamento do X (antigo Twitter) no Brasil também foi lembrada pelos manifestantes. A plataforma tem como dono o bilionário Elon Musk, simpatizante de Bolsonaro.
“[As mensagens mostram] Como inquéritos malditos são feitos. Com áudios vazados. Onde um ditador diz: ‘Quero pegar o filho do Bolsonaro’. Não pode me pegar, vai na família, vai no filho, vai na esposa, vai nos amigos do lado”, disse Bolsonaro.
“Isso é coisa de insanidade, de quem não quer o futuro melhor do seu país. Brevemente ele vai sair de lá.”
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Alvo da Justiça
Jair Bolsonaro está inelegível até 2030, por decisão do TSE, em função de supostos ataques e mentiras sobre o processo eleitoral brasileiro. O ex-presidente ainda foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em inquéritos sobre as joias sauditas e a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19.
Bolsonaro também é alvo de outras investigações que correm no STF, como a da suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil e a das chamadas “milícias digitais”.