Se inflação persistir, Fed pode reagir elevando ainda mais os juros nos EUA, diz dirigente

Aumento de 25 pontos-base na última reunião da instituição é baseada no argumento de que "se aliviar na inflação cedo demais, ela volta mais forte"

Estadão Conteúdo

Fachada do Fed, em Washington, nos EUA (Foto: Divulgação)
Fachada do Fed, em Washington, nos EUA (Foto: Divulgação)

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin, disse que, caso a inflação persista, a instituição poderá reagir aumentando as taxas de juros ainda mais. Ele acredita, no entanto, que é possível que o aperto às condições de crédito, somada aos efeitos atrasados da política de juros do ano passado, reduza a inflação relativamente rápido.

Por outro lado, Barkin ponderou que os efeitos da pandemia da covid-19 e comportamento de empresas e trabalhadores, que desejam compensar o tempo perdido, podem atrasar o retorno da inflação à meta.

A autoridade disse que apoiou o aumento de 25 pontos-base na última reunião do banco central por acreditar que “se aliviar na inflação cedo demais, ela volta mais forte”.

Fluxos de depósitos

O presidente do Federal Reserve de Richmond afirmou ainda que os fluxos de depósitos aparentam estar relativamente estáveis, depois do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, mesmo que poucos bancos ainda estejam lidando com seus próprios problemas.

Barkin falou que “nem toda quebra de banco é como a do Lehman Brothers”, que marcou o início da crise financeira global de 2008.

“Estamos todos, compreensivelmente, estamos todos por essa memória, mas bancos quebraram ao longo da história, muitos sem criar uma crise mais ampla”, afirmou o dirigente.

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Barkin falou também que os desdobramentos mais amplos dessas quebras, a exemplo de um eventual aperto do acesso ao crédito, ainda não estão claros.