Ronaldo Caiado, do União Brasil, foi reeleito neste domingo (2) para comandar por mais quatro anos o estado de Goiás, um dos polos do agronegócio e da indústria farmacêutica do país.
Com 98,38% das urnas apuradas no estado, às 20h49 (de Brasília), Caiado tinha 1.774.912 votos (51,70% do total), superando seu principal adversário, Gustavo Mendanha (Patriota), ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, segundo maior município do estado, que tinha 868.039 votos (25,29% do total), sem chances de levar a disputa a um segundo turno.
Todas as pesquisas eleitorais indicavam que Caiado e seu vice, o advogado Daniel Vilela (MDB), venceriam no 1º turno das eleições deste ano.
Outros sete candidatos concorreram ao governo de Goiás nestas eleições: Cintia Dias (PSOL), Edigar Diniz (Novo), Major Vitor Hugo (PL), Professora Helga Martins (PCB), Professor Pantaleão (UP), Vinícius Paixão (PCO) e Wolmir Amado (PT).
Caiado conseguiu, ao longo deste pleito, o maior tempo de propaganda eleitoral na rádio e na TV, além de arregimentar a maior coligação, com 14 partidos no total, incluindo o União Brasil, do qual é filiado.
Diferentemente de 2018, o governador reeleito não dividiu palanque com Jair Bolsonaro (PL). Pesaram na decisão as divergências entre eles nos planos de enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Experiente e cheio de frases de efeito, Caiado se notabilizou nestas eleições pela promessa de combater a criminalidade ao decretar:
“Bandido ou muda de profissão ou muda de Goiás”. Além de prometer reduzir os índices de violência, o governador reeleito quer transformar Goiás em um estado referência no enfrentamento aos crimes virtuais.
Também consta em seu plano de governo uma proposta de combate à corrupção. Caiado diz que vai criar o Programa de Compliance Público, com novos procedimentos de transparência, responsabilidade e gestão de riscos nos órgãos da administração pública estadual.
O governador reeleito também prometeu aos goianos um reforço na saúde, destacando a área como primordial. Médico de formação, Caiado afirmou que os atendimentos à população precisam ser mais humanizados, regionalizados, especializados e integrados ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Trajetória política
Ronaldo Ramos Caiado nasceu em Anápolis (GO), no dia 25 de setembro de 1949. Formado em medicina e oriundo de uma família de produtores rurais, possui extensa experiência no legislativo.
Foi deputado federal por cinco mandatos e ocupava o cargo de senador quando resolveu, em 2018, deixar o Congresso Nacional para disputar, pela segunda vez, a corrida rumo ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano — a primeira tentativa ocorreu em 1994, quando terminou sendo o terceiro mais votado no 1º turno daquele ano.
Entre 1986 e 1989, presidiu a União Democrática Ruralista, entidade defensora dos interesses de produtores rurais, e também concorreu à Presidência da República em 1989, a primeira eleição direta após a Ditadura Militar (1964-1985).
O que faz um governador?
O governador é o responsável por comandar o Poder Executivo no Estado e no Distrito Federal. Cabe a quem ocupa o cargo representar, dentro do país, a respectiva Unidade da Federação nas relações jurídicas, políticas e administrativas. Na chefia da administração estadual, é auxiliado pelas secretárias e secretários de Estado.
Governadores podem propor leis e vetar ou sancionar leis aprovadas pelos deputados estaduais. Também respondem pela Segurança Pública dos estados, da qual fazem parte as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros. Como no Brasil os Estados (e o DF) têm autonomia, as competências e responsabilidades do cargo são estipuladas pelas respectivas Constituições estaduais (e, no caso do DF, por sua Lei Orgânica).
O mandato de um governador é de quatro anos, com possibilidade de reeleição para mais um mandato de quatro anos. Caso reeleito, o governador tem como limite o período de oito anos no poder, ou seja, ele não terá o direito de se reeleger novamente de forma consecutiva para o mesmo cargo.
Votação para o Senado em Goiás
Wilder Morais (PL) foi eleito ao Senado por Goiás. O mandato começa em 2023 e termina em 2030.
Ele já foi senador entre 2012 e 2019 assumindo a vaga de Demóstenes Torres, após o titular da vaga ter tido o mandato cassado. Empresário, Wilder também foi secretário de Estado de Infraestrutura de Goiás, em 2011.
Wilder passa a ocupar no ano que vem uma das 27 cadeiras do Senado Federal que estavam em disputa nas eleições de 2022. A Casa tem, ao todo, 81 assentos.
A legislação brasileira permite que senadores possam se candidatar a novos cargos sem ter que abrir mão do mandato e muitos dos atuais parlamentares disputam outras vagas. Se eleitos, deixam de ser senadores. Por isso, a depender do resultado das urnas, até metade do Senado pode vir a ser ocupado por novos rostos.
O que faz um senador?
Senadoras e senadores são os representantes dos Estados e do Distrito Federal no Congresso Nacional. Assim como os integrantes da Câmara dos Deputados, têm a prerrogativa constitucional de fazer leis e de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Além disso, a Constituição Federal prevê como competência privativa do Senado: processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os que ocupam os cargos de presidente e vice-presidente, os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o advogado-geral da União.
O mandato de senador ou senadora tem duração de oito anos — e não quatro, como outros cargos eletivos, como de presidente da República ou governador. Por isso, é comum que ocupantes do cargo participem de outras disputas em anos em que não necessitem renovar o mandato.
A garantia do cargo funciona como um incentivo no meio político para que esses parlamentares busquem novas posições ou para que trabalhem na construção de suas imagens para disputas futuras, com o aproveitamento de recursos como do fundo eleitoral e sem riscos de perda de posição.