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O ex-ídolo da seleção brasileira de futebol Romário, atualmente senador pelo PL do Rio de Janeiro, usou as redes sociais para se manifestar sobre as acusações feitas pelo empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva. Em delação premiada, ele implicou o parlamentar e o vereador Marcos Braz (PL-RJ), vice-presidente de futebol do Flamengo, em um suposto esquema de corrupção que envolveria a prefeitura do Rio de Janeiro (RJ).
O empresário delator foi preso em 2019, acusado de ter participado de desvio de recursos de projetos do governo do estado e da prefeitura do Rio. Em 2020, Marcus Vinícius fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e passou a responder em liberdade.
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De acordo com a delação do empresário, Marcos Braz seria o responsável por recolher o montante desviado no esquema de corrupção, para “favorecimento ilícito de Romário”.
Em mensagens publicadas em sua conta oficial no X (antigo Twitter), Romário rechaçou as acusações e classificou Marcus Vinícius de “corrupto, safado e ex-presidiário”.
“O STJ [Superior Tribunal de Justiça] anulou a denúncia, destacando a falta de credibilidade do delator, que tenta, com suas mentiras, manipular os fatos para obter benefícios”, escreveu Romário.
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“Reitero que nunca poderei falar pelos outros, apenas por mim. Afirmo que fui, sou e sempre serei responsável pelos meus atos. Por isso, acredito na Justiça e no inquestionável arquivamento da investigação”, prosseguiu o ex-camisa 11 da seleção brasileira.
“Aos babacas de plantão e àqueles que remam contra, torcendo pelo meu insucesso, digo que estou no momento mais feliz da minha vida. Nada me abala. Nada me afeta. Continuo dormindo tranquilo, como sempre dormi, nesses 14 anos de política”, completou Romário.
O que diz o delator
O delator afirmou que os pagamentos teriam sido feito durante a gestão de Braz à frente da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da prefeitura do Rio, entre 2015 e 2016 (no segundo governo do prefeito Eduardo Paes). O atual vice de futebol do Flamengo foi indicado ao cargo de secretário municipal por Romário.
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O MPF solicitou à administração municipal informações sobre contratos assinados por Braz com o Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania (Cebrac), no valor total de R$ 13 milhões, para a gestão de vilas olímpicas.
De acordo com o delator, o dinheiro desviado teria vindo da ONG, que recebeu recursos por meio de convênios firmados com a Secretaria de Esportes. Os supostos desvios teriam ocorrido a partir do pagamento de valores superiores aos dos serviços efetivamente prestados.
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Marcus Vinícius foi preso em 2019, no âmbito da Operação Catarata, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que investigou desvios de recursos da Fundação Leão 13, do governo do estado.
Em 2022, em um depoimento ao MPRJ, o empresário acusou o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), de ter recebido propina no período em que era vereador e vice-governador. Castro teve o sigilo bancário quebrado no ano passado, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e nega as acusações.
Até o momento, Marcos Braz preferiu não se manifestar.
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Dos gramados à política
Hoje com 58 anos, Romário foi o protagonista do tetracampeonato mundial conquistado pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Com a camisa do Brasil, o “Baixinho” também foi campeão da Copa América (1989 e 1997) e da Copa da Confederações (1997), além de medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coreia do Sul (1988).
Romário atuou em três dos quatro maiores times do Rio de Janeiro – Vasco, Flamengo e Fluminense – e também teve uma passagem marcante pelo futebol europeu, defendendo PSV Eindhoven (Holanda), Valencia (Espanha) e Barcelona (Espanha). Nesta semana, Romário foi inscrito como jogador do América para a disputa da segunda divisão do Campeonato Carioca, 15 anos após anunciar a aposentadoria dos campos. Ele será, portanto, presidente do clube jogador do time simultaneamente.
Na política, Romário passou por três partidos antes de chegar ao PL, em 2021: PP (2001-2009), PSB (2009-2017) e Podemos (2017-2021). O ex-craque foi eleito senador em 2014 e reeleito em 2022 (está em seu segundo mandato). Ele também foi deputado federal pelo Rio de Janeiro (entre 2011 e 2015). Em 2018, Romário foi candidato ao governo do Rio pelo Podemos, mas não se elegeu.