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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), desistiu nesta quarta-feira (9) de sua candidatura à Presidência da República nas Eleições 2022. A decisão foi comunicada ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, e depois anunciada publicamente em discurso no Senado.
“O Brasil passa por uma de suas piores crises de sua história. A pandemia de coronavírus, que nos atinge há mais de dois anos, tem impacto severo na saúde, na economia, na educação e na vida das pessoas. O país convive tristemente com desemprego, fome e retrocessos em todas as áreas. Esse quadro tão delicado, fruto da pandemia do coronavírus, foi agravado agora pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve efeitos imediatos na economia mundial, com consequências inevitáveis no nosso já sofrido Brasil”, disse.
“Essa situação não é aceitável em um país com tantas riquezas e possibilidades. É preciso reagir e construir e reconstruir o nosso país, que já de algum tempo vem enfrentando dificuldades das mais diversas. Nesse grave cenário, pandemia, guerra, o papel do Senado Federal é fundamental. Essa reconstrução do Brasil passa pelo fortalecimento das instituições, entre elas, o nosso poder legislativo. O trabalho do Senado nunca parou durante a pandemia. Aliás, fomos o primeiro parlamento do mundo a implantar sessões remotas capazes de dar vazão às matérias legislativas”, continuou.
“Meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo ser impossível conciliar essa difícil missão de presidir o Senado Federal e o Congresso Nacional com uma campanha eleitoral presidencial. O presidente do Senado precisa agir como um magistrado, conduzindo os trabalhos com serenidade, equilíbrio e isenção, buscando consensos possíveis em nome do melhor para o país, o que é incompatível, na minha concepção, com o embate eleitoral nacional, por mais civilizado que seja o processo”, completou Pacheco.
O presidente do Senado agradeceu ao PSD pelo convite a ser candidato da sigla para o Planalto e ao Kassab, que estava presente na sessão. “Sou jovem, tenho muito trabalho ainda a prestar ao meu estado de Minas Gerais, ao meu país e à vida pública. Estou em meu primeiro mandato como senador e, acima de tudo, sei de minha responsabilidade com o meu país e com os brasileiros.”
A saída de Pacheco da disputa abre espaço para que um novo nome represente o PSD na corrida pelo Planalto. Cientistas políticos acreditam que, agora, o caminho está aberto para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
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A expectativa é que Leite anuncie sua saída do PSDB para se filiar ao PSD e concorrer ao Planalto. O governador do RS foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria, nas prévias tucanas no ano passado.