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O presidente eleito Luiz Inácio da Silva (PT) deve enfrentar mais desafios em seu retorno ao Palácio do Planalto para um terceiro mandato do que em suas outras duas gestões.
Seja pelo ambiente externo mais desafiador ou pelos desafios econômicos e políticos domésticos, há uma lista de elementos destacados por analistas políticos como fatores de atenção pelos próximos quatro anos.
É o que mostra a 40ª edição do Barômetro do Poder, levantamento feito mensalmente pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na política nacional. Clique aqui para acessar a íntegra.
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O Barômetro coletou a percepção dos especialistas sobre o potencial impacto de 10 temas sobre o novo governo de Lula. Na média, a maior preocupação ficou com o risco fiscal e um possível desajuste das contas públicas que leve o país a uma “desancoragem” de expectativas por parte de agentes econômicos.
Esse risco é apontado como elevado por 82% dos entrevistados, ao passo que apenas 9% consideram baixo. Outros 9% tem percepção moderada. Em uma escala de 1 (muito baixo) a 5 (muito alto), a média das respostas para o potencial impacto deste elemento é de 4,00.
“Lula terá um início de governo turbulento, com uma maioria instável no Congresso, uma forte pressão do mercado pelas incertezas fiscais, alta de juros e possibilidade de recessão no primeiro trimestre”, observa um dos analistas ouvidos pelo levantamento.
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Na sequência, o Barômetro do Poder mostra os riscos de baixo crescimento e de inflação em destaque entre as preocupações dos especialistas. O primeiro teve risco elevado apontado por 73% dos entrevistados, enquanto o segundo, 63%. Na escala de 1 a 5, ambos ficaram com nota 3,82.
Os impactos do risco de uma recessão global aparecem logo atrás, com uma média de 3,55 na mesma escala. O impacto é avaliado como elevado por 45% dos analistas políticos consultados. Apenas 9% entendem que o risco é baixo neste caso.
Outra preocupação dos especialistas é a amplitude da coalizão construída por Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), durante a campanha eleitoral e depois da vitória nas urnas. O que pode trazer dificuldades adicionais na coordenação de interesses tão difusos.
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Tal risco é apontado como elevado por 54% dos entrevistados. Na outra ponta, 27% veem os riscos como baixos, e 18% adotam tom moderado. Em uma escala de 1 a 5, a média das respostas quantifica o impacto em 3,55.
No mesmo sentido, 45% dos entrevistados chamam atenção para os danos potencial de uma possível disputa antecipada, dentro da coalizão governista, pela sucessão de Lula. O presidente eleito já deu diversas sinalizações de que não pretende buscar a reeleição em 2026.
Já os riscos de perda de popularidade (2,73), perda de governabilidade no Congresso Nacional (2,55) e da oposição capitaneada por Jair Bolsonaro e sua capacidade de mobilização crítica ao futuro governo (3,00) são avaliados com impactos reduzidos ou moderados.
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Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 8 consultorias políticas – BMJ Consultores Associados, Empower Consultoria; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Prospectiva Consultoria; Pulso Público; e XP Política – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); João Villaverde (FGV-SP) e Thomas Traumann.
Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do levantamento.
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