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Transformado em um dos marcos da campanha eleitoral de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, o bicentenário da Independência do Brasil, comemorado nesta quarta-feira (7), deverá ser acompanhado com lupa pelos observadores da política nacional.
A poucas horas do início dos atos, que deverão contar com mistura de celebração de data histórica do país com comício de um candidato ao Palácio do Planalto, analistas políticos se dividem sobre os riscos de o evento trazer episódios que possam provocar instabilidade institucional ao país, em meio aos sucessivos atritos entre o mandatário e sobretudo órgãos do Poder Judiciário.
É o que mostra a 39ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e especialistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na política nacional.
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O Barômetro não é uma pesquisa de caráter eleitoral e não tem como objetivo projetar cenários de intenções de voto. O projeto busca consultar algumas das vozes mais ouvidas pelos agentes econômicos no campo da política em sua tomada de decisões, de modo a reunir as principais leituras sobre o ambiente institucional no país e as tendências para temas de relevância nacional.
O levantamento, realizado entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, mostra que 46% dos especialistas consultados atribuem probabilidade elevada de episódios que provoquem instabilidade institucional ocorrerem durante os atos do Dia da Independência.
Do lado oposto, 27% veem chances reduzidas o risco se concretizar, ao passo que 27% avaliam probabilidade moderada para o fenômeno.
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Considerando uma escala de 1 (muito baixo) a 5 (muito alto), o risco médio atribuído pelos analistas políticos de episódios de instabilidade institucional no 7 de Setembro é de 3,27 – um pouco acima do meio do caminho.
De data protocolar para a vida política recente no Brasil, o 7 de Setembro ganhou novos ares na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). No ano passado, a data foi usada pelo mandatário para organizar sua militância e subir o tom contra quem o grupo considera adversário político – em especial ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A menos de um mês do primeiro turno, agora restam dúvidas da postura que deverá ser adotada pelo mandatário nos atos desta quarta-feira. Nas últimas semanas, Bolsonaro mobilizou sua militância para tomar as ruas do país vestindo as cores verde e amarelo, em uma demonstração de força em meio ao período de campanha pela reeleição.
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O ponto alto da data deverá ser ato cívico-militar programado para ocorrer no início da tarde, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, com expectativa de discurso de Bolsonaro. Este é o momento mais aguardado e que de fato dará o tom da campanha do presidente nas próximas semanas.
De um lado, a ala política defende um foco distinto ao adotado um ano atrás e uma atenção especial a temas como a “liberdade”, sob a alegação de que uma radicalização poderá dificultar a conquista de novos apoiadores na corrida eleitoral.
De outro, há quem defenda uma postura mais combativa, sobretudo após decisões recentes do Poder Judiciário. Neste caso, a ideia seria aproximar aos atos do que foram em 2021, quando Bolsonaro atacou o sistema eletrônico de votação, chamou o ministro Alexandre de Moraes, hoje presidente do TSE, de “canalha” e insinuou que poderia não cumprir decisões judiciais.
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Na segunda-feira (5), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a eficácia de portaria e trechos de decretos presidenciais que facilitavam o acesso a armas de fogo e munições no Brasil, o que gerou forte incômodo a Bolsonaro e seus aliados.
O episódio pode adicionar gasolina nos preparativos para as manifestações do Dia da Independência. Nos bastidores, circula com frequência a avaliação de que Bolsonaro é um ser político imprevisível, principalmente quando posto diante de uma multidão de apoiadores.
“O 7 de Setembro será o turning point da campanha. Se Bolsonaro deixar claro que não aceitará o resultado das urnas, isso pode reverter um apoio explícito de parte da elite política a Lula em troca da sua não-reeleição em 2026″, observou um dos analistas políticos consultados pelo Barômetro do Poder.
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Esta edição levantamento ouviu 11 consultorias políticas: BMJ Consultores Associados, Control Risks; Dharma Political Risk & Strategy; Empower Consultoria; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Ponteio Política; Prospectiva Consultoria; Pulso Público e; Tendências Consultoria Integrada. E 4 analistas independentes: Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); João Villaverde (FGV-SP) e Thomas Traumann.
Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do levantamento.
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