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SÃO PAULO – Uma eventual eleição de Fernando Haddad (PT) como presidente do Brasil pode criar um estresse no mercado brasileiro seguido de retomada forte, disse o economista Ricardo Amorim durante a 8ª Expert XP 2018, maior evento de investimentos da América Latina.
Essa sequência seria uma “tremenda oportunidade” de investimento no país, de acordo com ele.
“Faz sete trimestres que o Brasil só cresce, mas não estamos otimistas”, disse Amorim a uma plateia repleta de investidores, gestores e agentes autônomos em São Paulo.
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“Quase sempre as pessoas só se sentem seguras quando a oportunidade já passou”, comentou, em referência ao chamado efeito manada (compra na alta e venda na baixa). Neste sentido, uma eventual queda do mercado brasileiro com a eleição do petista seria o prenúncio de um ciclo de alta.
Ele acredita que só existem duas maneiras de o Brasil não crescer acima das expectativas dos economistas: “se um biruta for eleito, o que eu não duvido, ou se houver uma mega crise internacional”.
Caso nenhuma dessas duas situações se concretize, o Brasil deve crescer muito acima da expectativa do mercado (2%). “Há 120 anos, o Brasil cresceu pelo menos 5% ao ano nos 3 anos seguintes a uma crise”, exemplifica.
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Embora garanta que não está assumindo o risco Brasil neste momento, por não apostar na vitória de nenhum candidato, Amorim dá a entender que não esperaria de Haddad uma postura muito diferente daquela adotada pela administração Lula quando o mercado derreteu no imediato início de sua primeira administração.
“Muita gente tinha medo, e a primeira coisa que ele faz é chamar um banqueiro internacional do PSDB para manter a política econômica. Foi essa estressada [do mercado] que fez o governo Lula entender o que tinha que fazer”.
Ele ainda faz uma aposta um tanto mais específica: “se der Haddad, o dólar vai a cerca de 5 reais, a bolsa vai despencar significativamente e vai ser uma oportunidade de comprar”.
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Isso porque o investimento estrangeiro vai ficar mais vantajoso: o gringo vai comprar ativos no Brasil a preço de banana. Aí o preço dos ativos sobe e o dólar cai”, exemplifica. “As grandes oportunidades nascem no caos, quando todo mundo acredita que já era”.
Bolsonaro, Ciro e Marina
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Sobre o primeiro colocado na maior parte das pesquisas eleitorais, Jair Bolsonaro, Amorim faz a aposta contrária: “vai haver uma euforia, o dólar vai despencar e talvez seja uma oportunidade de vender”.
Ele afirma que o candidato do PSL está assumindo uma postura completamente diferente da que defendeu em 30 anos de cargos públicos, por isso, demonstra incerteza sobre qual seria o lado adotado caso eleito. Amorim diz o mesmo sobre Marina Silva (Rede).
Já Ciro Gomes, do PDT, “é coerente: o que ele falava antes é o que fala agora, e nenhuma das duas coisas faz o menor sentido”, diz Amorim. E dispara: “se você acha que o Ciro vai ganhar e precisa se financiar, se financie hoje, porque se ele ganhar não vai ter mais crédito para ninguém. Vai sumir a grana”.