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A conturbada eleição presidencial na Venezuela, que reconduziu o ditador Nicolás Maduro ao poder, sob ampla desconfiança da comunidade internacional, também gera posições antagônicas entre os partidos que compõem a coalizão de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo um levantamento do site Poder360, das 11 legendas que comandam pastas na atual configuração da Esplanada dos Ministérios, apenas duas reconheceram a reeleição do sucessor de Hugo Chávez na Venezuela.
Além do PT, partido de Lula, que divulgou nota exaltando o processo eleitoral no país vizinho e cumprimentando Maduro pela vitória, somente o PCdoB avalizou os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, controlado pelo regime chavista.
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Nem mesmo o PSOL, situado à esquerda do próprio PT no espectro político-ideológico, se alinhou à defesa de Maduro. Em uma nota ambígua sobre a eleição na Venezuela, o partido da ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas) defendeu a suposta transparência do processo eleitoral, mas condenou as “ameaças golpistas” à oposição.
O PDT, partido que conta com dois ministros na Esplanada (Waldez Góez, da Integração e Desenvolvimento Regional, e Carlos Lupi, da Previdência), ainda não fechou posição sobre o pleito venezuelano, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Todos os demais partidos com ministérios no governo Lula não reconhecem a alegada vitória de Nicolás Maduro nas eleições realizadas no fim de julho: MDB, PSD, União Brasil, PSB, PP, Republicanos e Rede Sustentabilidade, que, juntos, ocupam 13 pastas.
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O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou abertamente que, em sua avaliação, o ditador da Venezuela fraudou a eleição presidencial. A legenda comanda o Ministério do Espore, com o deputado federal André Fufuca.
Na semana passada, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que é fundadora da Rede Sustentabilidade, afirmou claramente que o regime venezuelano não pode ser classificado como uma democracia.
Suspeita de fraude
Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, segundo o CNE, supostamente derrotando o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.
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O resultado foi recebido com perplexidade pela grande maioria dos países democráticos ocidentais, já que o candidato oposicionista aparecia bem à frente de Maduro em todas as pesquisas dos principais institutos.
A oposição acusou o regime de fraudar a eleição, e diversos órgãos independentes internacionais apontaram irregularidades no pleito. Vários países, como os Estados Unidos, não reconheceram a vitória de Maduro.
Embora o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, ainda não tenha reconhecido a vitória de Maduro e venha cobrando a divulgação das atas eleitorais pelo CNE, o presidente Lula disse, em entrevista, que não via nada de “grave” ou “anormal” no processo político daquele país.
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Lula é um aliado histórico do regime venezuelano desde a época em que Hugo Chávez governava o país.