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A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (19), 5 mandados de prisão preventiva no âmbito da Operação Contragolpe, que visava desarticular organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a vitória nas urnas em outubro de 2022.
Segundo os investigadores, a organização criminosa teria se utilizado de “elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022”.
A maioria dos investigados são militares com formação em Forças Especiais (FE) do Exército Brasileiro, os chamados “kids pretos” ─ grupo de elite altamente treinado para operações de risco extremo e de sigilo.
De acordo com a PF, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos nomes da chapa eleita para o Palácio do Planalto: Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Além deles, os investigadores contam que estavam nos planos “a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado”. Embora a nota não aponte nome, o magistrado seria Alexandre de Moraes, de acordo com informações de bastidores.
Na Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19), foram presos 4 militares, sendo um da reserva, e outros integrantes do grupo dos “kids pretos” e um policial federal. Veja quem são:
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- Mario Fernandes (reserva), ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro (PL). Foi assessor especial no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde, de 28/03/2023 a 04/03/2024.
- Helio Ferreira Lima, Tenente-coronel. Nas investigações, seu nome aparece inserido como integrante de dois núcleos específicos da organização criminosa: Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral e Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas.
- Rodrigo Bezerra Azevedo, major. No pedido feito pela Polícia Federal, é identificado como “militar com perfil técnico, com registro de lotação no Batalhão de Ações e Comandos”. Seu nome é associado à “ação clandestina” que teria por finalidade prender e executar o ministro Alexandre de Moraes e ao emprego de técnicas de anonimização no planejamento de Golpe de Estado.
- Rafael Martins de Oliveira (Joe), major. É apontado pelos investigadores como “pessoa relevante” nas atividades da organização. Seu nome aparece em tarefas de levantamento de fundos para financiar o Golpe de Estado e em atividades de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.
- Wladimir Matos Soares, agente da PF. Seu nome aparece em razão de ter praticado conduta que, em tese, relaciona-se com a segurança de Lula Silva, auxiliando na parte do planejamento operacional que previa o assassinato dos eleitos, segundo os investigadores. Eles alegam que o investigado “forneceu informações do aparato que, à época, estava mobilizado para assegurar a vida e integridade física do presidente eleito, indicando a extensão e capacidade de segurança”.