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A 25 dias da votação que definirá os destinos do Brasil pelos próximos quatro anos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vêm costurando apoios em diversas frentes na busca por votos para o segundo turno da eleição presidencial, marcado para 30 de outubro.
Na primeira rodada, Lula obteve 48,4% dos votos válidos em todo o país (57,2 milhões), enquanto Bolsonaro ficou com 43,2% (51 milhões). Nesta segunda etapa da campanha, com duração de quatro semanas, os candidatos adotam estratégias distintas.
A campanha de Lula mirou sua artilharia em assegurar os apoios formais dos candidatos derrotados em 2 de outubro, especialmente Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Somados, os dois representantes da chamada “terceira via” tiveram 7,2% dos votos válidos. Trata-se de um contingente de 8,5 milhões de votos, que pode determinar o resultado da eleição.
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O PDT anunciou, na última terça-feira (4), por unanimidade dos membros da Executiva, apoio a Lula neste segundo turno. Ciro Gomes acompanhou o partido, mas em tom mais frio e distante. Em vídeo publicado nas redes sociais, manifestou concordância com a decisão, mas em nenhum momento citou o nome do ex-presidente.
Em seu primeiro pronunciamento após o resultado do primeiro turno, Simone Tebet indicou que já havia tomado sua decisão – ela sacramentou o apoio formal a Lula nesta quarta-feira (5).
Por outro lado, seu partido, o MDB, optou pela neutralidade e liberou os filiados a escolherem o candidato de sua preferência. Alguns nomes, como o governador Ibaneis Rocha, reeleito no Distrito Federal, oficializou apoio a Bolsonaro − algo já sinalizado desde o primeiro turno.
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O PSDB, que integrou a chapa de Tebet com a candidata a vice, Mara Gabrilli (SP), também decidiu ficar neutro na disputa final entre Lula e Bolsonaro, liberando seus diretórios estaduais.
Nomes históricos do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os ex-senadores Tasso Jereissati, José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, declararam voto em Lula – o apoio de FHC veio pelo Twitter, nesta quarta-feira (5).
Por outro lado, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que terminou a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes na terceira posição, com 18,40% dos votos válidos (4.296.293 votos), escolheu o lado de Bolsonaro. Acompanharam o movimento vários prefeitos do interior paulista e grande parte da bancada tucana na Câmara dos Deputados.
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O Cidadania, que fez dura oposição ao PT desde meados do primeiro governo Lula, também decidiu cerrar fileiras com o ex-presidente para derrotar Bolsonaro. O partido integra uma federação com o PSDB e fez parte da chapa de Tebet no primeiro turno. Agora se soma a PT, PSB, Solidariedade, PCdoB, PV, PSOL, Pros Rede, Agir e Avante no apoio a Lula.
Já o Partido Novo, apesar de ter liberado seus filiados a votarem “de acordo com sua consciência”, sinalizou apoio a Bolsonaro ao deixar claro, em nota, que é “totalmente contrário ao PT e ao lulismo”.
Bolsonaro mira apoio da “máquina” no Sudeste
Enquanto Lula tenta consolidar o que o PT vem chamando de “frente ampla” contra Bolsonaro, o atual presidente prioriza a formação de palanques fortes em estados-chave para a campanha à reeleição.
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Um dos principais objetivos é ampliar a vantagem sobre o petista na região Sudeste do país (onde Bolsonaro já venceu no primeiro turno), de modo que o provável apoio maciço a Lula no Nordeste seja “compensado” de alguma forma.
Um dos trunfos da campanha nesta semana foi o inesperado apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), não só a Bolsonaro como também ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato apoiado pelo presidente no estado – disputará o segundo turno na eleição estadual com Fernando Haddad (PT).
A estimativa dos aliados de Bolsonaro é que o apoio de Garcia permita a mobilização da máquina estadual nos municípios paulistas – o governador é aliado de cerca de 550 dos 645 prefeitos do estado. No primeiro turno, Bolsonaro obteve 12.239.989 votos em São Paulo (47,71% dos válidos) – vantagem de 1,7 milhão sobre Lula. Uma margem maior no estado no segundo turno ajudaria a reduzir a distância de pouco mais de 6 milhões de votos na disputa geral.
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Bolsonaro já contava com o apoio de outros dois governadores do Sudeste, reeleitos no domingo (2): Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, e Cláudio Castro (PL), no Rio de Janeiro. Em Minas, Zema conta com o apoio de 600 de 853 prefeitos e, no Rio, Castro tem um domínio ainda maior (89 de 92). Nesta quarta-feira (5), outro governador reeleito declarou voto em Bolsonaro: Ibaneis Rocha (MDB), movimento já sinalizado desde o primeiro turno.
O presidente, candidato à reeleição, também buscou reatar vínculos com o chamado “lavajatismo”, e hoje conta com o apoio formal do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), que deixou o Ministério da Justiça em abril de 2020 após acusar o mandatário de tentar interferir na Polícia Federal. O ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), antigo chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato e deputado federal mais votado pelo Paraná nestas eleições, também o apoia.
Placar dos governadores
Dos 15 governadores eleitos no primeiro turno, pelo menos oito estarão com Bolsonaro: além de Zema, Castro e Ibaneis, também Ratinho Júnior (PSD-PR), Gladson Cameli (PP-AC), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Mauro Mendes (União Brasil-MT) e Antonio Denarium (PP-RR).
Lula, por sua vez, conta com o apoio de seis governadores vitoriosos: Elmano de Freitas (PT-CE), Carlos Brandão (PSB-MA), Rafael Fonteles (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Helder Barbalho (MDB-PA) e Clécio Luís (SD-AP).
O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO), também eleito em primeiro turno, não assumiu posição nem para um lado nem para o outro.
Nos 12 estados em que haverá segundo turno, Lula e Bolsonaro estão praticamente em pé de igualdade. O atual presidente conta com aliados em oito estados: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Onyx Lorenzoni (PL-RS), Carlos Manato (PL-ES), Rodrigo Cunha (União Brasil-AL), Wilson Lima (União Brasil-AM), Capitão Contar (PRTB-MS), Jorginho Mello (PL-SC), Coronel Marcos Rocha (União Brasil-RO) e Marcos Rogério (PL-RO).
Lula também tem palanques em oito estados: Fernando Haddad (PT-SP), Renato Casagrande (PSB-ES), Eduardo Braga (MDB-AM), Paulo Dantas (MDB-AL), Marília Arraes (SD-PE), Jerônimo Rodrigues (PT-BA), Décio Lima (PT-SC) e Rogério Carvalho (PT-SE).