Quaest: avaliação negativa do governo Lula chega a 29% e desaprovação cresce em todas as regiões

Para os eleitores, principais problemas são a falta de solução para questões sociais e a estagnação da economia

Luís Filipe Pereira

Brasília (DF) 20/03/2023 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante solenidade que anunciou a retomada do programa Mais Médicos para o Brasil.
Brasília (DF) 20/03/2023 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante solenidade que anunciou a retomada do programa Mais Médicos para o Brasil.

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Passados 100 dias de governo, cresceu a proporção de brasileiros insatisfeitos com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19), o índice de desaprovação da gestão atual é de 29%, o que significa um avanço de nove pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior, apresentado em fevereiro.

A quantidade de eleitores que aprovam o presidente passou de 40% para 36%, comparado o mesmo período. Entre os que veem a gestão de Lula como regular, o índice foi de 24% para 29%.

Enquanto trabalha pela aprovação de uma nova regra fiscal que possa pavimentar uma possível redução na taxa básica de juros (Selic) ainda este ano, e que pode destravar a economia, o governo encontra dificuldades para consolidar uma base no Congresso, como observado no impasse entre Câmara dos Deputados e Senado Federal, que resultou na demora para a instalação das comissões mistas para analisar medidas provisórias consideradas prioritárias, como os textos sobre o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

Desde que retornou ao Palácio do Planalto, ao vencer disputa acirrada contra Jair Bolsonaro (PL) com a promessa de governar sob uma frente ampla como solução à alta polarização dos últimos anos, Lula tem buscado reativar programas que são considerados “assinaturas” das gestões anteriores do Partido dos Trabalhadores, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, e a política de valorização do salário mínimo.

Segundo os dados da pesquisa Genial/Quaest, o petista segue com avaliação alta entre os que votaram nele no segundo turno, com variação de 69% – registrado no levantamento realizado em fevereiro – para 67%, de acordo com os números atuais. Entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro, a insatisfação com a gestão do petista chega a 64%, o que representa um aumento de 13 pontos percentuais em comparação com a pesquisa anterior.

A queda de aprovação do chefe do Executivo foi observada em todas as regiões, e entre os principais problemas para os eleitores estão a falta de solução para questões sociais e a estagnação da economia. Nessa área, 39% dos entrevistados acreditam que a situação do país permanece a mesma; 34% acham que houve piora e outros 23% creem que a economia melhorou.

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No recorte regional, o índice de aprovação de Lula caiu quatro pontos percentuais no Sudeste, de 34% para 30%, mesma quantidade de eleitores que desaprovam o presidente. No Nordeste, que concentra maciça base de apoio a Lula, os que aprovavam a gestão atual eram 62%, no levantamento realizado em fevereiro, e agora são 53%;

No Sul, também houve queda na avaliação positiva, que passou de 34% para 27%, e os que desaprovam saltaram de 23% para 33%. No Centro-Oeste houve crescimento entre os que desaprovam, que passaram de 23% para 37%, enquanto as avaliações positivas se mantiveram estáveis, de 32% para 33%.

Os dados foram coletados por meio de entrevistas presenciais entre os dias 13 e 16 de abril. Foram ouvidas 2.015 pessoas acima de 16 anos. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança, 95%.