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O PT e a federação partidária Brasil da Esperança − formada por PT, PCdoB e PV − oficializaram, nesta quinta-feira (21), a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. O nome do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) também foi aprovado como vice da chapa.
A convenção, fechada à imprensa, foi tratada como evento protocolar, realizado em um hotel em São Paulo, sem a presença de Lula e Alckmin, que cumprem agendas de pré-campanha em Pernambuco, estado natal do petista.
Durante o encontro, também foi aprovada a coligação com os partidos PSB e Solidariedade e com a federação formada entre PSOL, Rede Sustentabilidade e Solidariedade.
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A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), explicou que Lula optou por estar no Recife (PE) nesta quinta-feira, mas estará ao lado de Alckmin, em 29 de julho, na convenção do PSB, quando o partido deverá tornar oficial o apoio ao petista e lançará o nome do ex-tucano como vice na chapa.
“Eles já foram informados que foram aprovados por unanimidade aqui na nossa convenção, já agradeceram e com certeza vão se reportar a isso (nos eventos na capital pernambucana)”, disse Gleisi a jornalistas.
Esta será a sexta vez que Lula disputa a Presidência da República, cargo que ocupou por dois mandatos (2003-2010). Ele é o segundo a ter sua candidatura aprovada em convenção. Ontem (20), Ciro Gomes (PDT) teve seu nome oficialmente lançado para a corrida presidencial, ainda sem definição de vice.
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Recordista em participações em eleições presidenciais desde a redemocratização, Lula também é o primeiro candidato lançado por uma federação partidária. O instrumento, introduzido no pleito de 2022, consiste na união de dois ou mais partidos, que deverão atuar como uma única legenda por menos pelo menos quatro anos.
Pelo calendário da Justiça Eleitoral, os partidos têm entre 20 de julho e 5 de agosto para realizar as reuniões que definirão coligações e a escolha candidaturas à presidência, aos governos e aos cargos de deputado federal, estadual e distrital. Depois, as siglas têm até 15 de agosto para solicitar os registros de candidatura junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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A aprovação da chapa Lula-Alckmin sela uma aliança que já foi vista como improvável no meio político, entre duas figuras que rivalizaram o debate nacional por anos. Um dos fundadores do PSDB e hoje no PSB, Geraldo Alckmin governou o estado de São Paulo por quatro vezes − e durante todo esse período sofreu oposição do PT em sua gestão.
Ele também disputou a Presidência da República em duas situações. Na primeira, em 2006, foi derrotado por Lula no segundo turno, por 58.295.042 (60,83%) votos a 37.543.178 (39,17%). Na segunda, em 2018, obteve apenas 5.096.350 votos (4,76%) no primeiro turno, amargando a quarta posição, apesar de ter a mais ampla coalizão e contar com o maior espaço para propagandas no rádio e na televisão.
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A confirmação da chapa Lula-Alckmin ocorre no momento em que a dupla busca ampliar sua base de apoio partidária e reforçar a rede de apoio nos estados. Na última segunda-feira (18), lideranças do MDB em 11 estados anunciou apoio ao petista na corrida ao Palácio do Planalto, movimento que contraria a própria pré-candidata da sigla, a senadora Simone Tebet (MS).
Lula também tem flertado com PSD e União Brasil em busca de novos aliados para a disputa. Ele tem argumentado que a construção de uma “frente ampla” seria fundamental no enfrentamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, e poderia inclusive evitar um segundo turno − cenário a ser evitado, na narrativa petista, em meio às ameaças do mandatários ao sistema eleitoral.
Considerando os principais levantamentos das últimas quatro semanas para a corrida presidencial, Lula lidera com algo entre 43% (BTG/FSB, 27/06 e PoderData, 20/07) e 47% (Datafolha, 24/06) das intenções de voto. Uma vantagem que varia de 6 a 19 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição.
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(com agências)