Publicidade
A federação partidária formada por PT, PC do B e PV, além do PSB, anunciaram, nesta terça-feira (29), que vão apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados. As legendas integram o núcleo duro da coalizão formada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Juntas, elas terão 94 dos 513 assentos na casa legislativa.
O movimento ocorre num contexto de dificuldades para a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição no Congresso Nacional. O texto visa abrir espaço orçamentário fora do teto de gastos para viabilizar o Bolsa Família (programa que será retomado no lugar do Auxílio Brasil) de R$ 600,00 mensais e adicional de R$ 150,00 a famílias com crianças de até seis anos, além de outras promessas de campanha de Lula.
O anúncio também ocorre no momento em que o presidente eleito tenta construir sua base para a próxima legislatura e as siglas aliadas buscam garantir postos na Mesa Diretora e posições de comando em comissões fundamentais na Câmara dos Deputados − caso da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Continua depois da publicidade
De acordo com o deputado Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na casa legislativa, a ideia é formar um bloco partidário para servir como base para Lula. Além dos partidos que já aderiram, há tratativas com siglas como União Brasil, MDB, PSD e Podemos. As quatro somarão 155 assentos na casa a partir de fevereiro de 2023 − o equivalente a 30% do total.
“Nós iniciaremos hoje ainda um amplo debate com um conjunto de partidos que compõem hoje a transição do governo, compõem com o presidente Lula uma futura base, aproximadamente já são 15 partidos, a possibilidade de construir um bloco de governabilidade, mas esse é um debate que ainda vamos iniciar”, afirmou o parlamentar.
O movimento marca uma virada difícil de ser prevista alguns meses atrás, quando Lira declarava apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo Palácio do Planalto. Em críticas ao chamado “orçamento secreto”, Lula chegou a entrar em rota de colisão com o deputado durante a campanha eleitoral. Mas os dois abriram um canal de diálogo pouco tempo após o resultado do pleito.